sábado, 5 de dezembro de 2015

Nicanor Parra -- Plácido, poema traduzido: PERGUNTAS PARA A HORA DO CHÁ

(32) PREGUNTAS A LA HORA DEL TÉ (42)

 


Este señor desvaído parece
Una figura de un museo de cera;
Mira a través de los visillos rotos:
Qué vale más, ? el oro o la belleza?,
? Vale más el arroyo que se mueve?
O la chépica fija a la ribera?
A lo lejos se oye una campana
Que abre una herida más, o que la cierra:
?Es más real el agua de la fuente
O la muchacha que se mira en ella?
No se sabe, la gente se lo pasa
Construyendo castillos en la arena:
?Es superior el vaso transparente
A la mano del hombre que lo crea?
Se respira una atmósfera cansada
De ceniza, de humo, de tristeza:
Lo que se vio una vez ya no se vuelve
A ver igual, dicen las hojas secas.
Hora del té, tostadas, margarina,
Todo envuelto en una especie de niebla.

Poemas y antipoemas -- 1954.

PERGUNTAS PARA A HORA DO CHÁ

 

Este senhor desbotado parece

Uma figura de museu de cera;

Olha através das cortinas surradas:

O que vale mais? O ouro ou a beleza?

Vale mais o rio que se move?

Ou a grama fixa na ribeira?

Longe se vê um campo

Que abre uma ferida a mais, como se fecha?

É mais real a água da fonte

Ou a garota que olha para ela?

Não se sabe, a gente apenas passa

Construindo castelos de areia:

É superior o copo transparente

À mão do homem que o cria?

Respiramos uma atmosfera cansada

De cinzas, de fumo, de tristeza:

O que foi visto uma vez não volta

A ser visto, igual, dizem as horas secas.

Hora do chá, torradas, margarina.

Tudo envolto numa espécie de neblina.

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