quinta-feira, 30 de março de 2017

Exposição Individual Virtual -- Marco Plácido -- Quadro: Jazz

ventre
Santa de jazz...Rio que passa no cerrado...Saxofone sendo tocado por um tocoAmarelo...
Esmaecido como um sorrisoE no meio
de tudo isso
Estou eu criando signos
Que não sei para que servemSe é que servem
para algoAlgas marinhas
Que não são azuis nem verdes
Nem sei de que cor pintei um ventreQue deu a luz a uma dor
Dor de ventre

sexta-feira, 24 de março de 2017

Exposição Individual Virtual QUASE MU(n)DO -- Marco Plácido -- Quadro: Fausto

Fausto
Depois de ler Doutor Fausto de Thomas Mann
Aos vinte e um anos 
Escolheu o orgulho o sucesso a qualquer preço
Fez o pacto
Consigo com Ele com a perdição
Da consciência escrevia versos sonoros
Rimas de silêncios
Apaixonado por si sem dó espetava ouvidos
Plantando ressentimentos na solidão
Descobriu-se humano suando carência doença d’alma
Que o levou à loucura da própria cura

terça-feira, 21 de março de 2017

Idade do céu

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu

Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol
No jardim do céu

Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu

sexta-feira, 17 de março de 2017

Exposição Individual Virtual QUASE MU(n)DO -- Marco Plácido -- Quadro: cavalete-flor

cavalete-flor
(Uma tela velha furada
Com teia de aranha...
Uma sombra uma ideia...)
Cavalete-flor
Nome do quadro
Esqueleto pintado da sombra das sombras
(com uma flor no meio? dois cavalos? uma borboletra?)
Carne de insatisfações
Segredos
Como somos
Todos
O tempo todo escondendo emoções
Que chamam perdas
Que chamo lembranças
Marco Plácido

sexta-feira, 10 de março de 2017

Exposição Individual Virtual QUASE MU(n)DO -- Marco Plácido -- Quadro: geleira

geleira

...e essa água gelada de lágrimas
Apagou o que de mais sincero existe em você?
Quantas vezes nos perguntamos:
Por que erramos sem saber a que mãos recorrer?
Existe algo que possa um verso apaziguar?

Com quantas rimas terei que inventar-me em si?

quarta-feira, 1 de março de 2017

Exposição Individual Virtual QUASE MU(n)DO -- Marco Plácido -- Quadro: Carnaval II

Carnaval II

Olhem olhos
Sintam signos

Ai fora, o ritmo
Aqui dentro, o delírio

Carnavalesco
Sou, em silêncio
Adoro as baterias das escolas de samba
Mas não sambo
Enrolo um fado um blues um fardo
De recordações
(Coloridas?)

Em tintas de vida
Vivo soltando o verbo
Por medo de acabar
Numa quarta-feira
Esquisita
Em cinzas