segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Caro amigo

é pela falta de comunicação que as palavras existem se fosse fácil falar amar todos os problemas estavam resolvidos se fosse v erdadeira a sentença que por isso existem juízes para verificar a verdade da coisa real a realidade normalmente nos machuca tanto que tantos são os momentos que queremos esquecer que nos esquecemos de quem somos e do tanto que sonhamos e de quem deveríamos dizer amar portanto voltamos ao começo de saber que não nos comunicamos por esquecimento e nos deixamos levar por vários tipos de arremedos que inventamos gostar e bebemos para esquecer ou comemorar e seguimos tendo opinião ao invés de tentarmos nos cativar uma paixão e aí tudo fica sem graça e a graça passa a ter razão

sábado, 29 de dezembro de 2012

Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões (fragmento 3)

(...) Nossa época colocou a tônica no homem daqui, suscitando assim uma impregnação demoníaca do homem e de todo seu mundo. A aparição dos ditadores e de toda a miséria que eles trouxeram provém de que os homens foram despojados de todo o sentido do além, pela visão curta de seres que se acreditavam muito inteligentes. Assim o homem tornou-se presa do inconsciente. Sua maior tarefa, porém, deveria ser tomar consciência daquilo que, provido do inconsciente, urge e se impõe a ele, em vez de ficar inconsciente ou de com ele se identificar. Porque nos dois casos ele é infiel à sua vocação, que é criar consciência. À medida que somos capazes de discernir, o único sentido da existência é acendermos a luz nas trevas do ser puro e simples. Pode-se mesmo supor que, da mesma forma que o inconsciente age sobre nós, o aumento de nossa consciência tem, por sua vez, uma ação de ricochete sobre o inconsciente. (...)

Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões (fragmento 2)

(...) Para o homem a questão decisiva é esta: você se refere ou não ao infinito? Tal é o critério de sua vida. Se sei que o ilimitado é essencial então não me deixo prender a futilidades e a coisas que não são fundamentais. Se o ignoro, insisto que o mundo reconheça em mim certo valor, por esta ou aquela qualidade que considero propriedade pessoal: "meus dons" ou "minha beleza", talvez. Quanto mais o homem acentua uma falsa posse, menos pode sentir o essencial e tanto mais insatisfatória lhe parecerá a vida. Sente-se limitado porque suas intenções são cerceadas e disso resulta inveja e ciúme. Se compreendermos e sentirmos que já nesta vida estamos relacionados com o infinito, os desejos e atitudes se modificam. Finalmente, só valemos pelo essencial e se não acedemos a ele a vida foi desperdiçada. Em nossa relações como os outros é também decisivo saber se o infinito se exprime ou não. (...)

soluços

use e abuse do tempo
único momento em que estamos sós
conosco
convoco o gosto do osso antigo
tusso e remo
finjo e gemo
com palavras que são minhas
somente os dormentes não sentem
e sentimos sempre
tudo
solamente fingimos
sorrir
achando que ajuda prosseguir

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

templo

contemplo o tempo
sinto o vento
indo
sigo o vento vindo
sinto-me pleno
no tempo
da solução
que está em mim
a tempos
contemplo a razão
a emoção
me trouxe o vento
seu movimento
meu movimento
vida
rezada siga cada pisada
no templo
cada uma a seu tempo
me mostrará quem sou

TEMP(l)O

templo
tempo
prece

centro
membro
emerge

templo
tempo
esquece

sendo
vento
enfurece

Jung, Memórias, Sonhos e Reflexões (fragmento)

(...) Quanto maior for o predomínio da razão crítica, tanto mais nossa vida se empobrecerá; e quanto mais formos aptos a tornar consciente o que é mito, tanto maior será nossa quantidade de vida que integraremos. A superestima da razão tem algo em comum com o poder de estado absoluto: sob seu domínio o indivíduo perece. (...)

Caverna

...nostalgia de luz
em olhos animais
tristeza azul
de alma
pungente
atmosfera
experiência de solidão
primitiva
caverna

(consciência)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

365 dias com poesia

   Depois de lançar meu sétimo livro RASCUNHOS POÉTICOS, me senti exaurido e precisei descansar, ler e pensar, pensar muito sobre o que faria em 2013.
   Como grande parte dos poemas desse livro foi feita para o projeto de um poema por dia, chamado 365 dias com poesia -- quando enviava, em 2010,  por E-mail, para cinquenta pessoas, os poemas que escrevia --, resolvi reeditá-lo, como forma de me motivar para continuar escrevendo.
   Há algum tempo não teria necessidade de motivação para escrever, pois do acúmulo de quarenta e dois anos sem fazê-lo muitos poemas estavam estacionados em mim.
   Agora, depois de sete livros, já há a necessidade de procurar espaço na vida para continuar a traçar em linhas, nada gerais, tudo o que me fascina. Música, cinema, literatura e principalmente pintura são meus temas preferidos e deles já existem o início de alguns futuros projetos.
  Isso tudo para dizer que em 2013, então, teremos mais poemas -- um por dia! Também forma de agradecimento pelo apoio recebido nesses anos de labuta literária e musical!
 Que venha o ano de 2013!

Abraços, Marco Plácido.

domingo, 23 de dezembro de 2012

dentista

não sei se devo falar...ás vezes me vejo sendo um velho homem querendo relembrar e da lembrança gostar de chorar esperança de tudo aquilo que me trouxe até aqui e me fez estar ainda aqui ferido mas sorrindo dentro das minhas parcas possibilidades todo dia voo e voo como só uma borboletra poderia voar em letras encontro sempre um caminho de volta e me pacifico esperando que outros olhos vejam tudo aquilo que estou plantando e não são sonhos desculpem não posso concordar com uma palavra que engorda mas minimiza o jardim de doces em que estou cativando um futuro menos duro mais ou menos como um dentista que arranca os dentes de leite porque sabe que logo num piscar de olhos aquelas crianças que sangram serão adultos que sangram esse desejo de ver o que está a me esperar que chamam de esperança chamo de vontade e calor um sol por isso durmo sem cobertor e me sinto tranquilo quando alguém desconhecido vem em minha direção como se houvesse uma conspiração de emoção como se todos já soubessem que um poeta só morre por falta de crença

sábado, 22 de dezembro de 2012

Agradeço o cimento

Agradeço o cimento de sua amizade, sinceridade nos dias de hoje é quase como descobrir um veio de ouro, um velho me disse não ser idoso, preferia ser ferido com a verdade, tinha envelhecido e apesar de se sentir magoado, mais com o jeito do que  com as palavras, sabia que isso é uma coisa irreversível. Somente os dormentes não sentem a chegada da experiência, pelos jovens chamada de caretice, pelo menos jovens chamada de saudade.

Agradeço o cimento amalgamado em mim e que teve origem! Meus pais, Jorge e Bertha, e meus irmãos, Luiz e Frederico,   me ensinaram o valor de ter coragem de ser do jeito que sou, sem meias palavras, sem caretices ou meiguices, que muitas vezes escondem objetivos difíceis de serem digeridos por quem não gosta de sapos!

Agradeço o carinho de todos que leram alguns dos meus livros e/ou foram a alguns dos meus shows! Nesses tempos de trânsito insuportável e lei seca sair de casa é um grande ato de coragem e amizade! Espero ter retribuído com canções que, pelo menos por um momento, fizeram a garganta lembrar que os olhos existem!

Agradeço e reconheço que algumas críticas foram importantes para a minha melhora pessoal. Sempre explico que não me vejo poeta ou cantor, me vejo sendo cada vez mais eu. E nesse sentido todas as tentativas, dando certo ou não, se prestam ao meu aprendizado, o que com certeza redundará num molho de vida mais encorpado, que se evidenciará nos poemas e nas músicas!

Agradeço a todos que mais diretamente lidaram comigo, sabendo da dificuldade de conviver com um cara que não aceita nada feito de orelhada. Pretensão, dinheiro, descanso e caldo de galinha não fazem mal a ninguém! Tudo que faço é para ser lido, visto e /ou ouvido e, como sei que as pessoas gostam do melhor, mesmo às vezes não se dando conta disso, procuro oferecer o melhor!

Agradeço à minha esposa Angélica e aos meus filhos: Vinícius, Victor e Thiago, pelo amor e carinho, de tentar entender que tudo o que eu fiz e que agora já faz parte de quem sou, foi extremamente necessário e foi feito por amor! Sim amor, sentido, aprendido e mais escrito do que falado, admito, mas amor!
É que no silêncio das palavras consigo explodir em humanidade e dizer amar a todos que como eu necessitam de amor!


Bom Natal e Excelente 2013!!!

Marco Plácido.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fim do Mundo

de uma batida de carro meu filho Vinícius renasceu dos dezenove anos passou a um e o bebê terá seu primeiro novo aniversário comemorado no dia trinta de novembro de 2013 quantos de nós temos ou teremos uma chance de renascer?
nos treinamos a esperar e crer parar e temer olhar e não ver não ver é mais fácil? será que realmente não vemos? ou fingimos não ver? ao vermos temos que escolher parar andar ou opinar sendo mais fácil dar notícia aos outros daquilo que não sabemos escolhemos falar e lógico temos opinião sobre tudo sobretudo daquilo que não conhecemos ao tentar querer explicar o que muitas vezes não tem explicação escolhemos olhar o outro quando poderíamos tentar uma solução própria que nos levaria ao reconhecimento (cimento) necessário de quem somos e como nos adequamos ou não à nossa realidade normalmente escolhemos a ilusão essa uma verdade bebemos fumamos surfamos ouvimos música lemos viajamos cantamos tentando aplacar a solidão que sentimos dentro de nós por termos nos deixado esquecer daquela voz interna que pedia uma Ave Maria ou um presente ao Papai Noel, que existia, voz que nos definia e nos fazia sorrir quando ainda não temíamos os outros e ainda acreditávamos que uma simples oração traria alguma explicação essa reflexão é por conta do tão anunciado fim do mundo que poderia ter ocorrido no acidente do Vinícius e que ocorreu a todos os que morreram a pergunta que não quere calar é: e se o mundo não acabar como seguiremos as nossas vidas? 


(Agora, já sabendo que o mundo não acabou, o quê nos restou?)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

susto

...e tudo começou com a notícia que o pai de um amigo tinha feito um poema em homenagem ao meu irmão Frederico
aquilo para mim foi como uma facada como poderia alguém que não eu fazer uma homenagem ao meu irmão? quem brigava com ele era eu quem não conversava com ele era eu quem não sabia dizer amá-lo era eu então era eu que não poderia perder a oportunidade de dizer algo que ficou por dizer fiquei ferido durante alguns anos até que um dia tudo foi destampado e ninguém poderia dizer com a intensidade que disse o que havia faltado musicar o poema foi o mais fácil difícil foi cantá-lo nos primeiros shows que fiz para cantá-lo com o dever cumrpido continuo até hoje fazendo versos e melodias que canto já sabendo que a vida pode acabar a qualquer momento e por isso não sinto o medo que as pessoas imaginam que deveria sentir até porque o susto daquela despedida ainda está em mim

domingo, 16 de dezembro de 2012

Les demoiselles d'Avignon

Picasso aprisionou o tempo
presente entre
cinco corpos ardentes
inventou as tintas que nos feriram de vermelho
estancou o sangue com a graça
de máscaras
cerceou nossa capacidade de entender
riu
nos feriu
e
descobriu
a forma
cúbica
absoluta e culta
capaciadade de combater a solidão
que sentimos nos olhos
nossos
delas
dele

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PINTADOR!

Pintador
porque o sofrimento para começar certamente será apenas um dízimo
de tudo aquilo
que ficará registrado
as imagens falam mais alto
são os olhos de todos nós captados e pintados
das cores que devem nos emocionar
Pintador
portanto
pois se fosse pintor teria de explicar
se pintava paredes
até gostaria
com um :
FORA A HIPOCRISIA!
mas acho que as pessoas não sabem mais o que é isso
(por anestesia, acredito) e
artista plástico, mais abrangente,
não preenche
o signo de comunicação
que pretendo
ficamos assim com
Pintador
aquele que pinta a dor que é sentida durante o curso da vida

sombras

perseguidos por certezas fingimos compreendê-las e passamos a repeti-las quais papagaios nos servimos do discurso alheio que sem pensar reproduzimos por inteiro o problema é que esquecemos de quem somos e até onde pude apurar chega uma hora que tudo começa a desmoronar diante de nossos olhos que destreinados a olhar nosso reflexo esquecem que também temos sombras

decomposição

o azul não é uma combinação
é uma necessidade
esclarece
reconforta
esmaga a angústia
colocando-a de frente para o espelho
e explicitando suas rugas
sua nuca
sua funda preocupação enxuta
com o que será do dono desse corpo que está se decompondo
em suspiros
e desgostos

água

o calor de deserto
decerto
me afastou de algum tipo de pensamento
concentrado que estava em sobreviver
tomei água para ter lágriams para começar a escrever

algum

...é que às vezes prefiro me recolher
e da busca
do cheiro antigo
de um armário repleto de carinhos
lembrar mais uma vez de você
lembrar das tardes que acabavam mas sempre recomeçavam no dia seguinte
e das camisas amarrotadas e manchadas de amor
às vezes prefiro não escrever
para só mirar uma imagem na distância e continuar tentando lembrá-la
os barulhos da cidade atrapalham e por isso vou trabalhar de barca
para naqueles vinte minutos ouvir a respiração que para mim são as ondas
quebrando com a força da sua alegria que se foi
fomos juntos de alguma maneira o mundo já acabou
aquele mundo que existia foi cremado não mais existe porque sou outro e ouço de outra maneira tudo e todos não fazem mais sentido se é que também faço algum

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

po e si a

ar

re

pio,

entre

o

so

m

e o sil

êncio

tributário

diante de tanto espaço em branco e tão poucas palavras como deixar uma marca?
correndo como louco?
falando com todos que correm mais do que porcos?
ninguém quer ouvir falar da palavra
consciência
quem tem já acha que basta
quem não tem não sabe o que é
e fica olhando para o nada esperando a primeira oportunidade para vazar da conversa
rio de tudo isso e desconfio sempre quando querem resolver um problema começando com a implantação de um novo sistema tributário

barbante

quando o nó é perfeito
aperta o pescoço e como se tivesse ligação direta com os olhos torna o escrito espremido simples e com a mágoa que identifica que aquelas palavras são verdades o poema fica sincero e espera espero que isso seja o bastante

caminho

cato pedras
das
que pelo caminho
me deixou o poeta
pesam
e como pesam
as despedidas
envelheço
do peso
de carregar
notícias
que rimam
mas não são belas
são o que são
completas
de vida
de pedras
no cami nho que sigo sem saber

domingo, 9 de dezembro de 2012

artimanha

como transformar uma impossibilidade em arte?
quero pintar
mas não sei desenhar nem combinar as cores
nem a perspectiva da dor
nem sei mesmo quem sou e para quem falar
onde está a luz?

difícil artimanha

(calmos)

falta curiosidade
a pequeneza da certeza
traz tranquilidade
pacifica
acalma
nos relaxa
e para
quando podíamos delirar
de sonhar
inventar tintas
esquinas
lugares árabes
ou cariocas
espalhar paçoca entre as outras adultas crianças
felizes por não acreditarem no desejo alheio de frear-nos
todos os voos são feios
porque não controlados

desalmados
(calmos)

(Aninha)

(Aninha)

A vida é uma invenção
você pode reclamar da fruta
ou espremer o limão
o quadro pendurado pode estar torto
ou pode ser um Picasso
aquela antiga MPB pode ser
uma música nova
de um cara velho
o novo CD do Roberto é o mesmo de sempre
mais é bom
um Kibon é refrescante ou queima o lábio
podemos chorar o passado ou sonhar com a flor da árvore que plantamos e regamos chorando
tudo é lindo como diria Caetano (ou não)
dependo do nosso olhar de ilusão
a vida é barulhenta ou solidão

Parabéns da família Plácido: Jorge, Marco, Angélica, Vinícius, Victor, Thiago e Juninho (o au-au).

sábado, 8 de dezembro de 2012

portos inseguros

seus olhos
contém o mundo
de absurdos silêncios
de profundos suspiros sentidos  de parque
sem diversão

são porto para minha navegação
desalinhada
estremecida
lacrimejada de
entupidos significados
que nem ao menos sei explicar

seus olhos são tudo
inseguros
de sentidos
mas
seguros de
mimos
em que me entrego
presente
de olhos fechados de amor

calo

ingredientes de um grande pintador:
CALMA, para misturar as tintas
CALMA, para desenhar o essencial
CALMA, para descobrir a luz
CALMA, para pintar com o desespero necessário que espelhe o incrível olhar irado que precisa de calma para explicá-lo

caçadores

essencial
é aquilo
que nos deixa sem fôlego
sem coragem de cuspir
apesar do bolo de vida na garganta
não há possibilidade de grita
VIDA
visgo que irrita
que irradia
paixão
lodo que irrita a garganta da hipocrisia
que dá febre
que dá cheiro
que dá medo
que dá segredos
e nos põe
para caçar tempo
e prender ilusão

urbano

A Matisse

"tornar doce e saboroso tudo o que é amargo"
fácil?
doloroso processo
de inclusão
dentro de mim
borbulham desilusão
pavor
credo
estranho sentimento de nexo
perto
e tão difícl de alcançar
a mim mesmo
sendo
humano
e tendo
urbano ouvido de surdo
curto raciocínio absurdo
"se pudesse me isolar seria melhor!"
como?
nunca
(manca ilusão)
não nascemos para provar o gosto amargo da solidão!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

curva

mais bela do que a reta
sensual
elemento de prazer
arredondado lazer
ver- te é sonhar
verde recanto em montanha
sempre satisfeita em provocar
com sua elegância
ganância de olhos
simplicidade magnética
maior distância
imagética

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

MARCO PLÁCIDO BRASILEIRO

BELLATOR

é essa luta-busca
por vida
essa instância elevada de despedidas
que magoa e mata o cerne de quem somos
como não nos deixar abater pelos outros?
que caçam palavras
colocando-as em gaiolas
quando deveriam deixá-las livres
cantando o sabor amargo de ter coragem de viver

progressão

o amor é uma dor sem cor e da dor às vezes nasce uma flor com cor que desperta o amor ele a dor ela a cor ela a dor ela a  flor ele o amor

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

tempo-luz

a luz é o tempo
o pintador
a conserva
como argumento
do discurso pictórico que pretende expressar
em pinceladas
reinventa o mar e a capacidade de um simples menino navegar
desafia limites jamais alcançados pelas palavras
que muitas vezes precisam de tradução
quando um olhar pintado perdido em qualquer idioma é solidão

lux

uma pintura na parede pode ser apenas uma recordação uma condecoração uma emoção ou o tempo demonstrado pela luz que influi no humor do pintor ou nos olhos do espectador derrubando certezas mais do que qualquer outra coisa

so(l)frimento

o poema da pintura
chama-se
luz
esperança
de tempo
motivo maior
de nosso sofrimento

daonde vem o sol?

chamado

se quando viajei em poucas palavras
em portuinglês
entenderam meu jeito
aqui
por competirem não entendem
mas satisfeito
reconheci esse pensamento
como sendo
um reconhecimento
de algo que poucos chamam de talento
enquanto
chamo
solidão

desenho infantil

...a diferença é a que sonhamos
mas
escondemos
nos escondemos
nos anestesiamos
durante anos
não tentamos
estamos
destreinados
desmobilizados
desmotivados
e coitados
às vezes nem conseguimos fingir gostar de um desenho infantil

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

a borboleta

o olhar
é o que determina
o que queremos ver
uma borboleta
pode ser
uma letra
uma flor
ou
um animal que nos ensina
que há transformação!

(não) padrão

aceitar ser tratados como invisíveis
esse o maior erro
precisamos nos juntar apenas para resolver
quem começará a falar, escrever, digitar
palavras que somos
sentimentos que somos
lodo grosso de hipocrisia que vomitamos
tudo aprendido pelos que se chamam adultos e experientes
em quê?
doutores de não saber
de nada
de graça
de farpas contra o não padrão
que entendem sem qualidade
quando
na verdade
o padrão é o já feito
o repetido
o nocivo
para nós que estamos querendo aprender
uma outra solução

navalhas

...quanto silêncio...

existem olhos esperando momentos...

existem arestas que devem ser aparadas com navalhas e se sangue sair é porque ainda há vida...

mentiras são pintadas de azul para parecerem bonitas, não enganam mas fingimos não perceber...


queria dizer algo positivo, mas é difícil diante dos falsos sorrisos que percebo...

Deus azul

às vezes duvido da existência de Deus
e duvido por estar atento observando a quantidade de desalento
de desatentos e de lentos processos pessoais tantas mentiras e inverdades
que duvido que alguém superior perdesse tempo com formigas quando poderia ter inventado adultos que fossem crianças na esperança ímpar de fazer um mundo ser azul apenas por ser a única cor

(as mentiras)

eu sei que você sabe que sei que todos estamos fingindo não saber
todos se pintam bebem e esquecem comem e esquecem e esquecem tanto que passam a acreditar nas mentiras que inventam para esperar tudo que irá acontecer

o susto


quando finjo
também finjo esquecer
que todos estão vendo
vendo e prevendo
quando a mentira acabará
ninguém quer ficar perto
do futuro furo
do futuro susto
quando ele acontecer
porque todos sabem que ele acontecerá

sábado, 1 de dezembro de 2012

cinto

questão filosófica da pintura:
quarta dimensão,
o tempo
que vocifera em meus pensamentos
sento e sinto
sinto e minto
(vivo e cinto)
para mim
dizendo querer conseguir entender algo
que poucos conseguem
(a vida)
que poucos perseguem...

(o amor)

essência

quando
eu for
saiba
nada mudará
o mundo é lindo
de cima das asas dos passarinhos
a distância
ás vezes
não atrapalha

quando
eu flor
saiba
tudo se ajardinará
o cheiro é findo
por isso
devemos cultivar
nossa
essência