quarta-feira, 31 de agosto de 2011

abstração

abstraído pelos idiotas
o tempo
é o único conceito
que nos prende à vida
único sopro divino
único entre tantos atributos
resta-nos viver e produzir vida

escrita
falada
cantada
vivida

lombo

um papel borrado
por mágoas
legíveis
algumas palavras marcadas
indescritíveis
um lombo
um tombo
imortal

(livro de...)

algumas letras
combinadas
algumas frases
mal-amadas
alguns tropeços no idioma
algum idiota
achando algum significado

(livro de...)

(um livro)

símbolo fálico
de um menino levado
de cinto de camurça e sapato furado

(um livro)

um livro

um pedaço de papel escrito com pedaços de lágrimas rasgadas de letras amassadas de dentro de mim
o que é?
o que é?

um livro

papel de bala

um livro
declaração de princípios
humildade de menino
chupando bala e rasgando o papel com os pés

poço

não posso olhar a folha nascendo com olhos de ontem
o sufoco o tormento
não podem não devem registrar em mim verdades
supostas vaidades
pétalas de árvores
nunca impedirão a dor maior que é seguir
nunca me livrarão de mim
esse poço de saudades

Paris, não

quantos pensamentos estão em movimento enquanto os bondes estão parados pela ineficiência de um estado de nervos de políticos abismados com a falta de estrutura de uma cidade que não é Paris?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

InUsitADO

de vez em quando acredito que a vida me parará de vez em quando parece que o rio para parece que a vida arrasa a gente de vez em quando parece que paro que para conseguir algo devo entristecer de vez em quando um rosto com um sorriso no pescoço parece querer me dizer que devo parar de vez em quando tudo pode acontecer com os outros e não comigo? de vez em quando consigo digitar aflito e sai algo um barro inusitado

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

tolo

pão sem miolo?
como?
se o miolo é o corpo
o bolo de ilusão e pretensão
que nos faz viver?

tolo!

divina

em quantas palavras explico a vida?

a vida
começa
tem miolo
e termina

simples e finita
linda na inconstância humana
e
divina

domingo, 28 de agosto de 2011

kumon

surto poético
ou
susto poético?

cúmulo poético
ou
túmulo poético?

cume poético
ou
kumon poético?

cápsulas

frases sem contexto
são
pum sem efeito
sem vento
sem cheiro
são
pastel de vento
cápsulas sem tempo
boca sem talento

flash

vendo o amor
vendo o presente e o futuro
guardados
momentos
passados
dois sorrisos e uma ilusão
dois meninos
e uma paixão
óculos escondem a solidão
de imagens
passadas
presentes guardam o futuro
no lindo menino
fluido
que espera o amanhecer do flash
que espera ser o entardecer para dormir
contente

sábado, 27 de agosto de 2011

brilho

em segundos
alguns meses
foram desperdiçados
em treinos

os momentos
trocados
pela agressão
estão sendo perdoados

o lutador
esquecido
se esquece de tudo
pelo brilho
do perigo

vitoriosos

a plateia
urra
um homem
tenta levantar
espera
ajuda que não vem
todos estão
ocupados
em destacar
a derrota
quando a vitória
é apenas
de quem tentou

briga

o sangue
apenas demonstra
que
as palavras
forma esquecidas
partiram
para a briga

(implícita)

UFC

dois homens
brigam
pelo
destino
de com as mãos
encontrar
uma
solução

camisa

suas
palavras
mágoas
camisa molhada
do cheiro
de vida

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

postulado

agora
depois de tanto escrever
tenho tempo para entender
surto poético
certo
deveria ter ocorrido?
sinceramente não sei
mas
já que foi
e gostei
continuo
segundo meu único postulado
escrever escrever
sem temer
nada nem ninguém

um ponto

hoje
com tempo
fotografaria
o
exato momento
em que um ponto
de exclamação
passou
a
interrogar-me

ai

da boca do poeta
não deveriam sair
raiva
calúnia
difamação
não deveria
não deveria
mas
sai

cai

ai

riso

sabia
que
o ritmo
da pontuação
iria
prejudicar
as noções
rímicas

cadente

sufocado
pelo azul
do céu
admirado
pela
cor
do
a
b
i
s
m
o

lindo fim
para uma
letra
cadente

no m ento

o momento no tempo
o tempo no momento
o mo mentoonotempo
o tem ponomomento
o momento quente no tempo
o tempo quente no momento
tempo momento
tempo momento
tempo momento
momento momento momento

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Boa Viagem

No mundo inteiro é assim, pessoas querem viajar para conhecer lugares...por que não se conhecem primeiro? Todos têm opinião, todos que sabem muito e entendem pouco, se escondem atrás da viagem para despachar as malas com vaidade, esquecendo-se que as malas sem alça são os próprios. Depósitos de ócios, querem porque querem viajar, depois não sabem: onde estiveram, flanaram mas não falaram nada com ninguém, muito menos aprenderam algo. Calmo, muito calmo estou ao tratar desse assunto absurdo, enquanto nos países deflagrados as pessoas querem viajar para sobreviver, nos países desalmados as pessoas querem viajar para se esquecer!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

santa

um momento, difícil
ver
ouvir uma voz
de dentro
sendo triste
dando sentido
à saudade
farta
santa

sems

sem voz
sem avós
sem foz
sem trinca
sem pinta
sem tinta

medos

sem medo do escuro
no começo
depois
medo de barulho
medo de luz
medo de fome
medo de susto
medo de escuro
medo do bicho-papão
no meio
medo de dívida
medo de esquina
medo de casamento
medo de engarrafamento
mais tarde
medo de chuva
medo de fruta
medo de bunda
ainda mais tarde
medo de tudo
medo de tudo
medo de tudo

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

osexocerto

sóosexolibertasóosexoécertoosexocertolibertaonexoogozoéoarrotodoberro

cuspe

Ao meu filho Victor

urge entendê-lo
fedelho
já foi
agora
um gato
chato
de proporções
avantajadas
como a fome que não mata
encaixa a palha e chuta
chute cuspe
nunca entube
sua insatisfação
é que o levará às conquistas
submissas

prisioneiro

guarde esse segredo
escondo meus sentimentos
presos estão
presos ficarão
presos se isolarão
me satisfaço sendo meu prisioneiro

pesca

os passarinhos vivem para cantar? então por que é sempre a mesma melodia? por que nós sempre estamos na mesma ladainha? por que comer uma lata de sardinha? pescar machuca as mãos?

couve

engraçado
quando vejo
olhos procurando mentiras que agradam só a quem ouve
couve agrada só a quem vende
verdades
agradam só a quem fala

sobrevida

companheiro
computador
com puta dor não vivo, não como, não escrevo?

com puta dor
s
o
b
r
e
v
v
i
v
o

sacolejo

reparo
repare
o medo de errar
impede o aprendizado

entendo
entenda
tudo da vida vem da fazenda

concordo
concorde
quem pode, pode
quem não pode, se sacode

Repertório do show MPB -- Marco Plácido Brasileiro


(Introdução);

1 – Desafios;

2 – Encantadas;

3 – O Alvo (nova);

4 – Andarilho (nova)

5 – Don’t Stop Dancing

6 -- Pedra;

7 – Constelação;

8 -- Contra;

9 – Complexa Vazão;

10 – Brigas (nova);

11– Jaques Som/Desire;

12 – Minas;

13 – Sim;

14 -- À Cecília;

15 – Cegos;

16 – Versos;

17 – Inútil;

18 – Truques/Ah Ah Uh Uh;

19 – Dias de Luta;

20 – Soldado da paz (nova);

21 – Papai me empresta o carro;

22 -- A Saudade/ Blues do medo.

domingo, 21 de agosto de 2011

Solitário


Confesso
Ontem fraquejei
Te amei, amei, amei...
No escuro e só
Chorei
Ao pensar
Que apesar de
Brilhantes
Eu sou o solitário
Pronto para adentrar salões
Portões, aviões
Mas inevitavelmente

Você não
certamente
Não sentirá tanta solidão
Por ser diamante
aproveitado em colares
mais populares
Mas pelo menos se divertirá
Em festas menos impolutas
E mais animadas
De famílias menos abastadas
Mas talvez mais felizes
Na humanidade
mais suburbana
Mais mundana
Enquanto o bacana aqui
Só se verá
No espelho em poucas ocasiões
Provavelmente
Será jogado num jardim
Quando uma briga mais séria
Entre amantes ocorrer
E a viver e a morrer
Se sentirá
estará
Só...

sábado, 20 de agosto de 2011

A escola de Gabi (poema de um capítulo do romance OLHOS DE PICASSO)

Na nova escola o mundo era rosa
letras maiúsculas ou minúsculas
eram gigantes
girafas cor de abóbora
fortes e jovens
velhas e incertas
algumas com pescoços pequenos
girafas sorridentes
amigas de macacos
pregos
martelos
de todas as cores
todos os amores
arco-íris de sabores
professores
atores
flautistas
senhores
donos de circo
de micos de símios
brancos negros chineses
japoneses de cabelos ruivos e olhos amendoados
amêndoas
amarelas
janelas de alegria de canções de luar
o ceú de dia era cinza
mas um cinza animado
um cinza azulado
como a cor dos olhos de Beatriz
melhor amiga da Gabi
que amou e amando amamos
amamos ver o humano
os humanos somos
somamos quando nos escutamos
e lá na escola montessoriana de Gabi
há vida
a vida é que manda na rotina

brincadeira

peco peca
peço peça

beco beca
beiço beiça

teco teca
terço terça

deco deca
desço desça

e venha brincar

são

dificilmente escrevo coração, emoção, paixão
essas palavras são

não precisam ser escritas

a gengiva

a gengiva deve ser escovada
a gengiva deve ser amada
a gengiva é movida pela paixão de ver a boca abrir e fechar com emoção
a gengiva é viva
a gengiva é viva

sesonhocomo

dia nublado serve para ficar sentado pensando
sepensoescrevoseescrevosonhosesonhocomo

salvação

movimentação
movimento a ação de pretar
atenção
atento a ação de atuar
na ação
ato em ão
ão de são
ão de vão
ão de paixão
pelas palavras

salvação

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

crescimento

o homem
nasce
cresce
fica bobo
e casa

a mulher
nasce
cresce
fica esperta
e convence
o homem
a cuidar
digo
casar

baratas

quando mãos se acham sabendo a dificuldade dos dedos se entenderem as palavras não precisam ser gastas em explicações baratas basta deixar os olhos se acharem e estará feita uma história

asas

entre árvores vagam pássaros em voos estelares aos milhares em migração desejando um pouso um lugar em que descansem de bater asas

significados

um padre, procura evitar
uma pedra
numa prece
uma praça, feita de
areia de praia estimula um pássaro
num voo à tarde a encontrar
uma árvore
de significados

pés de pedra

ouvido nas entrelinhas podem achar qualquer coisa o caminho é duro por isso meus pés são de pedra

setas

fácil entender irei jorrar lava palavras cuidado com as pedras as modernas sinceras setas de homens sem alvo

como chuva

como a chuva
seguirei como a chuva
sua opinião não importa é você quem irá se molhar

peido

é um absurdo a quantidade de letras gastas
de palavras erradas de pretensão de pessoas que não dão um peido mas têm opinião

vagões

um pouco aqui
um pouco ali

todos se nutrindo de opiniões
vagamente dilaceradas pela inveja magoada

de pessoas vagas, vagões

continentes

tanta coisa acontecendo em tantos continentes e você se olhando no espelho não se reconhecendo e escovando os dentes...

esquisito

de palavra em palavra
sinto a devassa sensação parva de estar sendo seguido pelo seu julgamento esquisito como você

(M) arco (PL) ácido

(M) arco (PL) ácido

essa merda

o sol já se pôs eu já me expus o pus já infecccionou o sangue putrefou fulano se engolfou o bebê golfou o golfo já guerreou e onde essa merda via parar?

...mente

sinceramente
espero
encabuladamente
enterro
alucinadamente
desespero
acauteladamente
esmero
incosntitucionalmente
desejo

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

sonhos

sonho do tamanho do meu medo
sonho em segredo
sonho dormindo
sonho acordado
sou cordato com o sonho alheio
os da padari às cinco saem quentinhos
sonhos de meninos levados
sonhos adocicados pelo amor de sonhar de realizar algo enquanto há tempo

terça-feira, 16 de agosto de 2011

desesperos

meu vício é ser cínico desejar aos outros o que nunca pensei para mim síndico de um prédio em desespero caindo aos pedaços quero enterrar meus desejos no jardim

domingo, 14 de agosto de 2011

muros

Um jovem que não errou é um velho experiente?
quantos são ausentes durante toda a vida? como aprender se não quero casca se temo ferida? onde no mundo irei conseguir praticar a arte da vida sem uma grita sem um olhar inseguro quantos muros tiveram que cair para eu estar aqui?

enganos

a morte
pedrada na testa dos que ficam
quem parte deixa saudade
quem parte se esquece de tudo
vira o mundo
vira o fundo de nossas recordações
quem parte já fez sua parte
já fez arte
saudade que arde
que enfarte! ninguém morre de véspera
ninguém espera ninguém
quem diz estar esperando na verdade morreu em vida
essa linda
passagem engano de paisagem a vida são as pessoas que amamos
simples assim
quando é complicado
é porque é mentira
o amor de um filho para um filho o amor de um pai para um pai é simples sem explicação quando começa a ter de dizer sim ter que contar os nãos aí foi para o espaço a terra era azul agora já não sei mais de que posição estamos virados?

sábado, 13 de agosto de 2011

apenas

Por que tanta incompreensão somos apenas parte de um estrela cadente decadente são aqueles que não sabem dizer não somos pontas de estrelas somos tocos de madeira somos tudo que tivermos que ser para continuarmos juntos eu sou você o mim em ti é assim o eu em você é apenas uma vez

meigos humanos

quando canto parece que o mundo para parece que tudo conspira tudo se separa e só se junta no último dó de peito quando no canto esfrego meu queixo e penso no seu queixo nossos cílios se achando e o mundo se procurando nos procurando como fotos de painéis gigantes como fotos de amantes que sangram de chances que espelham magia nos olhares rasgados pela melodia da rima uma poesia é linda quando encontra a criança que se encontra escondida quando dança a melodia dos peitos que estão escondidos quando sangra escondida em melodia meigos humanos procurando compaixão

acreditos

onde os sonhos acabam? onde começa a verdadeira realidade? o que é real na minha imaginação de querer uma vida melhor? o que é imaginação na hora da resolução de um problema prático? quero ser a vida inteira um realizado? com o quê? quem atura aquilo que tem? quem vive sem ilusão? a esperança é o que nos move aquilo que acredito é que me faz acordar todos os dias e rezar ao dormir meu filho é uma declaração de princípios declaração de acreditos

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

estadias

animal arisco crina clara como seus predicados raros de serem encontrados olhos de furacão emoção à flor da pele que enaltece a corrida em que a vida é apenas uma passagem aflita entre tantas outras estadias divinas

distração

quatro pernas batem durante o intervalo do jogo da vida
retirando a ferida todos estão jogando sem olhar o tempo de duração
a bola é apenas uma metáfora que nos distrai da falta de consideração

carta

um garoto numa gota de esperança faz nascer uma criança que chora que insiste em sorrir
um menino ri do brinco do anel no dedo do homem que para ele só para ele sofre
junto a tudo isso uma menina se torna mãe e apura o ar com seu perfume de vitória se enrosca em abraços com a família que gerou e selou numa lambida

pantera

duma pele castanha saem as entranhas de um ser bronze
aurífera sedução
emprestada da caverna poderosa de minha mente-sedução
frequentemente enjaulada
prata
mordiscada de pantera-sedução

a maçã

a mãe
é a árvore
o pai
é o chão
o fruto nasce dessa combinação
de vida
divina criação
a maçã
é o instante de ilusão

tortura

lendo fácil desconhecendo o trabalho que dá
um orelhista passa a valorizar o recado poético quando se vê no trato torturante da folha em branco

brasão

...difícil escrever poesia
pensando nas histórias
que me lembrarão
para sua memória

a essência

um pedaço de perfume de árvore sobrou para mim
não sei o que faço
jogo um camisa em cima
cheiro até a última sombra de vida
ou
absorvo toda a essência na memória?

moto contínuo

algumas coisas para mim estão certas a morte a fome e a incompreensão continuarão

mandamento

não nada novo porque na verdade não há nenhuma novidade esse o problema da idade como manter alguma ingenuidade se achamos que já sabemos? o que pretendemos indo nessa direção? alguma mão irá mudar nosso entendimento? existe algum novo mandamento?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

a angústia e o fruto

não tenho tempo
para me deter
nada pode parar a angústia de
escrever
é narrar a vida como ela é
livros são máquinas do tempo
se referem geralmente a fatos passados
olho para o futuro
como o pássaro para o fruto

simples assim

domingo, 7 de agosto de 2011

MARK ROTHKO, pintor

Sobre a arte de pintar: Num discurso em 30, na escola em que ministrava cursos de pintura para crianças, falou:"da diferença entre perícia técnica e perícia ligada ao espírito, expressividade e personalidade..., sendo o resultado uma atividade constante de criação em que a criança cria a cosmologia inteiramente de criança, que expressa o mundo infinitamente variado e excitante das fantasias e experiências das crianças." Rothko acreditava que os meios de expressão artística de cada um não estavam ligados à habilidade manual ou à técnica de pintura, mas que resultavam de um sentimento interior da forma; o ideal repousa na espontaneidade, na simplicidade e na franqueza das crianças."

BARNETT NEWMAN, pintor

Sobre o Expressionismo Abstrato:" Estamos a reafirmar o desejo natural do homem pelo sublime, pela preocupação do nosso relacionamento com as emoções absolutas. Não precisamos dos apoios obsoletos de uma lenda fora de moda e antiquada. Estamos a criar imagens cuja realidade é evidente por si, e que é desprovida de apoios e muletas que evocam associações com imagens antiquadas, e que são não só sublimes como belas. Estamos a libertar-nos de impedimentos da memória, associação, nostalgia, lenda, mito, seja o que for que tenham sido os instrumentos da pintura da Europa Ocidental. Em vez de fazermos catedrais a partir de Cristo, do homem ou da "vida", estamos a fazê-lo a partir de nós, dos nossos próprios sentimentos. A imagem que produzimos é a evidência da revelação, real e concreta, que pode ser entendida por quem quer que olhe para ela sem os nostálgicos óculos da história.".

cães!

Não olhe
veja
não ouça
escute
o que tenho a lhe dizer
fará a diferença
lute
todo dia contra tudo que não seja a favor
não escute opiniões
se os especialista soubessem fariam
são todos farinha do mesmo saco
tentam nos desmotivar
para poder dizer que não há nada novo no mercado
de pulgas

cães!

Olhar e Ver (diferença)

O escritor português José Saramago, abre seu romance "Ensaio sobre a cegueira" com uma frase: "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." No cotidiano usamos a palavra ver e olhar como sinônimos às vezes, mas de fato há uma diferença. O verbo olhar designa o ato de fixar os olhos em alguma coisa ou situação, quando olhamos agimos mecanicamente sem objetivo de desvendar a realidade mirada, apenas orientamos nossos olhos para imagem. Quando utilizamos o verbo ver, em sentido próprio, queremos expressar além do ato de fitarmos uma miragem, mas de estabelecer uma relação de conhecimento por meio do sentido da visão. Por isso não há como não reparar quando objetivo é ver, enxergar.

escrita vivida

um escritor não lê, escreve
no máximo a leitura traz a candura de certos argumentos
a escrita está na vida
vivida
espremida
entre vontades e possibilidades
nada é maior do que esse sofrimento

tenso

olho
mas
não te vejo
sua presença
é uma sombra
um arremedo
um cheiro
o perfume que te define
inibe a palavra
ouço
sua voz
mas
não escuto meus pensamentos
tensos

Por que escutar é difícil

Ouvir atentamente ou escutar é privilégio de pouquissimas pessoas. Veja quais são os fatores que enfraquecem a capacidade de escutar:



Hábitos - Consciente ou inconscientemente, estamos acostuamados a interromper os outros, a tirar conclusões apressadas, a distrair o interlocutor, agindo dispersivamente.
Filtros - Crenças, experiências, costumes, expectativas, pressupostos, preconceitos e cultura, são filtros pelos quais peneiramos tudo aquilo que ouvimos. O significado das coisas não está nelas, mas em nós.
Ambiente Físico - Ruídos, desconforto físico, distrações visuais, fadiga ou falta de privacidade, influenciam negativamente a capacidade de escutar.
Competição - Ao querermos dominar uma conversação, gastamos mais tempo pensando no que iremos dizer do que escutar o que os outros tem a dizer.
Timidez - A pessoa tímida ou dependente, preocupa-se mais com o que os outros podem vir a pensar delas do que o que eles estão realmente dizendo ou querendo dizer.
Más notícias - Quando nos dizem coisas que não queremos ouvir, nós nos desligamos da conversa.
Prepotência - A falta de humildade e a crença de que somos superiores, nos impedem de dar valor ao que os outros tem a nos comunicar.
Velocidade de Assimilação - Uma pessoa normal pronuncia entre 100 e 150 palavras por minuto, enquanto que uma outra pessoa normal consegue assimilar entre 250 e 500 palavras por minuto. Assim, é fácil esta ultima se distrair com outras coisas capazes de preencher os espaços deixados na sua mente pela fala da primeira.

inacabado

com quantas folhas se destrói uma canoa?
com quantas rosas se destrói um jardim?
com quantas letras se destrói um poema?
com quantas palavras...

manca

ritualizava a rotina
talvez
para se sentir
santo
espanco as notícias
que me avisam ser manco de realizações
quem sabe o que se passa numa mente
que estampa esperança?

crime

o tempo continua me levando
até quando?
até quando terei de esperar pela notícia
óbvia?
lógico
não sei esperar
a rotina
verdadeiro exercício de vida
me arranha
me incrimina
insiste em me acordar

Repertório do show MPB

(Introdução);

1 – Desafios;

2 – Encantadas;

3 – O Alvo (nova);

4 – Andarilho (nova)

5 – Don't Stop Dancing

6 --Pedra;

7 – Constelação;

8 -- Contra;

9 – Complexa Vazão;

10 – Brigas (nova);

11 – Jaques Som/Desire;

12 – Minas;

13 – Sim;

14 -- À Cecília;

15 – Cegos;

16 – Versos;

17 – Inútil;

18 – Truques/Ah Ah Uh Uh;

19 – Dias de Luta;

20 – Alive;

21 – Papai me empresta o carro;

22 -- A Saudade/ Blues do medo.

o globo

as últimas flores estão murchas
murchas também estão as notícias
editoriais fajutos
de jornalistas surdos tentando enganar a quem?
o globo continua a girar na sua rotina

fábrica

ninguém tem que querer salvar o planeta
muito menos os poetas
servimos apenas para providenciar nossa própria salvação
por meio da emoção verdadeira que é admitir errarmos e
querermos continuar a fabricar letras

Thiaguinho

Meu filho Thiago
perguntou:
"Por que as lendas não morrem?"
Aí eu falei:
"Porque as crianças vêem as árvores azuis!".

FORMIGAS!

Quando vejo alguns artistas dizendo não gostar do facebook não entendo. Não entendo por entender ser a mesma confusão provocada pela escrita, pelo livro, pelo telefone, pelo, celular, pelo computador, pelo orkut, pelo twiter, pelo... Tudo isso são instrumentos de comunicação, apenas. Proporcionam a ligação entre pessoas e só! O que será dito, lido, mentido, descabido não está em jogo. O que vale é aquilo que cada um tem a dizer, aquilo que cada um entende importante para suas nossas vidas de formigas!

(dindo)

todo dia
escrevo o silêncio
que grita dentro de mim
uma rima
um jardim
pedindo
(dindo)
para sair e ir brincar com as crianças
que não vêem chuva, pedras
que não têm raízes de guerra

impedimento

apesar
dos pesares
dos pêsames
os poetas
continuamos
seguindo o vento
o sussurro quente
intenso
não nos assusta
ao contrário
anula
o frio de palavras caladas

correntes

desculpem
minha natureza
passarinha
não me permite
entrar em correntes
dentes de padrão frequente
inibem a lucidez
da criação
a acidez
de uma regra
inibe o canto livre
de um poeta

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

vocação

o único talento possível de ser medido é a vontade de fazer vocação aquela chama que ninguém apaga porque está acesa dentro

ciumentas

quando quero escrever
o silêncio domina
ouço buzinas
ao longe
motos elefantes o que seja
tudo tem que estar distante
impossível de alcançar

as letras são ciumentas

urro

tentei fazer um poema olhando a tela não consegui não consigo tenho que me fixar no sussurro urro que ouço ao digitar
enquanto o mundo escuta barulhos ouço ideias retintas

a caça

o touro gosta da coragem do toureiro
nem por isso
o poupará da derradeira chifrada

na linha de cintura quem é a caça?

vento de túnel

a solidão de um túnel escuro
é a mesma de um fechar de olhos na esquina do mundo

o vento aquece meus pensamentos passarinhos

na hora

no balanço da memória
invento histórias
rimas
pictóricas
ricas em tintas
por mim inventadas na hora

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

a lua

quem acredita que o papai não é noel
que a cegonha é de papel
e por isso não pode pegar chuva
quem necessita saber a verdade nua e crua
quem se prepara para regar de chuva a lua?

mistura

saúdo
a saudade
tempero da vida
imensidão de vacuidade
extrema beleza sofrida
mistura de tinta, de rugas, de finda solidão

criação

como pontos
cuspo vírgulas
os azuis azucrinam minhas cinzas
a melodia desse dia não rima
não cria
uma tinta de recordação

alguns papéis amassados escondem uma solução

o lado

se todos que tentaram foram para um lado vou para o lado errado

máxima

o verdadeiro talento
é não desistir
continuar é preciso como navegar é impreciso como amar é imprevisto

botão

segurando um copo de leite
a menina me ofereceu seu botão
uma flor de enfeite
preencheu
um desiludido momento tênue

Caetano

quando não nascem prontos os poemas não deviam nascer
deviam saber que têm de ser espontâneos
instantâneos
de nossos quereres
como diz Caetano

alucinações

uma foto de um menino sorrindo
não é uma foto
é um ninho
de bolações
criações
alucinadas de uma criança amada

desnatado

não se importe
importei um sonho de chocolate
derramado
amado
na angústia da folha em branco

G rá fi c a

tudojuntim
é melhor do que

s e p a r a d o
dojeitoqueascoisasandam

vou acabar nas artes

g

r

á
f

ic

A

S

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

colar

depois de feito tudo parece fácil
se fosse assim era só colar o sorriso do palhaço que faríamos facilmente um criança sorrir

contas

com quantos paus se faz uma canoa?
com quantas letras se faz um poema?
com quantas dores se faz um poeta?

irmã de infância

a morte em vida é a pior visita temo estar desfalecendo por ter me perdido da esperança, irmã de infância

...e queima

a chama que queima é a mesma que trama a queimadura de tudo que é ex ou futura árvore tudo que estranha a chama a chama e queima

proativo

estudo um modo eficaz de colocar meu conhecimento num poema a dinâmica da eficiência em prol da comunicação aí vem um cabra que nunca me viu e diz que dei sorte por ter dom?

o choro

inadmissível
olhar as plantas secando por falta de chuva e não forçar o choro em prol da natureza!

preço verde

árvores bailam desperdiçando folhas ao vento
que lambe todas
com sua vontade natural
sou natureza
quando cobro o preço verde da beleza nas letras de um poema

meia dúzia

desse caras todos que falam para caralho quero ver quem tem coragem de não correr na hora que o couro começar a comer na hora que a porrada for rufar uma meia dúzia quando muito fica o resto vai para casa contar história de como foi corajoso ao não tropeçar!

folhagens

é simples assim
aos que tiverem coragem a vida se apresentará inteira
sem galhos
sem folhagens

galho

não sei se falo com o hálito das cinzas do passado
não sei se falho exalando odores podres do sábado
não sei se me apoio no futuro frágil de um galho

cinza de cigarro

um pássaro passa por sobre a cabeça de bronze do homem ali esperando
um pássaro borra de cinza de cigarro o passado cinza de um homem acinzentado
pelas sobras de passado

balão-ego-ilusão

esse sentimento todo que carrego
igual a prego
estoura qualquer tipo de balão-ego-ilusão

papel-poema

quando penso que poderia estar em outro lugar onde papel-poema
valesse mais do que
papel-moeda
que borboletras voassem mais do que jatos
que cachos de uvas fossem apenas fugas

bicho papão

ninguém quer sofrer
mas
também quem quer ler a felicidade ali escancarada?
quem que rum livro recheado de axé de receitas adocicadas contra a solidão?
quem ainda acredita em bicho papão?

um guia

quis ser feliz
e quem disse que conseguia um guia uma guia uma ficha uma lixa um princípio de sorriso?

guia

os poemas estão diferentes
porque diferente estou eu
me cansei de querer...
de querer algo que não sei o nome
tudo some
ao meu redor
talvez porque não saiba mas aonde estou
talvez porque o que perseguia já foi conseguido
ta lvez seja apenas menos um desafio

bandeira

onde estão os corajosos que enfrentarão as ondas do mar revolto sem rimas que possam nos fazer boiar?
onde estão as palavras que possam nos fazendo voar brilhar como uma bandeira branca?

sarjeta

sanduíche sem presunto é pão
pão sem miolo é chão
chão sem esgoto é sarjeta
sarjeta já é sarjeta mesmo

tamanhos

em todas as passagens por estradas difíceis somos testados e é simples assim
é triste
quando nos recolhemos
a uma insignificância
estranha
aos nossos sonhos
tamanhos

easy

escrever complicado talvez seja meu único lado fácil de entender

um talvez

engraçado como não acho graça do palhaço
talvez seja porque me vejo
talvez seja por medo
talvez seja apenas um talvez

tudificandosim

todo os dias em que todos estão se tudificando quero pressionar um estado cada vez mais eu tudificandosim um estado meu

talco

preciso escrever
algo
preciso escrever
calmo
preciso escrever
mago
preciso escrever
talco

queda

louca consideração ração de anormal querer pedra de saber pouco se resguardar estampa de vida queda desprevenida

soros

o que precisamos é sentir
sentir por todos os poros
sentir os soros
do doentes d'alma
acalma escrever
mas não é só
é mais
é melhor
do que remédios
médicos cansam de se dopar
e sem par esperam algo para sarar
desconhecendo que a indiferença é um perfume de presença

graça

qual a graça de ver uma garça sofrer
um pé descalço
cabe também num homem adulto da cidade
por toda a parte
crianças se tornam homens mais sofridos do que os pais
em que país isso é normal?

um passarinho

apagado
pelo vento frio
uso os instintos
me acoberto em espinhos
ressentimentos brandos
secam momentos
passaram
passarão
um pássaro
bica
um grão
um passarinho

uma esperança, branda

Eva, a cobra ou Adão?

somos corpos ou ossos?
somos fósseis ou remorsos?
somos blue ou azul?
somos norte ou sul?
somos o mundo!
e
todo dia é nosso quando esquecemos
que não podemos
que não devemos praticar o nobre esporte bretão
de rolar a bola...

somos Eva, a cobra ou Adão?
somos o mundo todo o tempo todo tudo somos e por isso ainda estamos aqui

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Resumo do Romance ESPERANÇO, ranço de esperança tanta.

Umberto acorda num quarto escuro, sem saber o porquê de, tendo pais e dois irmãos mais velhos, se encontrar sozinho. Adiante descobre estar num internato. A partir daí começa sua saga para não se deixar endurecer pelo ódio. Apesar disso, como protesto muda seu sobrenome para ESPERANÇO e passa a escrever sobre todos os sentimentos que o fizeram transbordar, escrevendo. Amor, ódio, arte, tempo, mercado musical, relacionamento familiar são discutidos numa prosa intensa e envolvente que se utiliza da experiência poética para contar uma história de amor. Amor pela esperança tanta que Umberto tem de ser feliz e de mostrar que o amor e a arte foram e são importantes no desenvolvimento do ser humano que se tornou.

Peixes e estrelas

olho o mar
e rio
me animo
vendo o movimento dos peixes
poemas
voando
se apaixonando pelas
rimas
olho o rio
e passo a amar
e de tanto amar
vejo no céu
estrelas do mar
que brilham
como olhos de criança
esperando as ondas
azuis
são esperanças
num mundo salgado
peixes-poemas e estrelas do mar são
poesias
de família feliz

escol(h)a
de vida