sábado, 5 de dezembro de 2015

Nicanor Parra -- Plácido, poema traduzido: O HOMEM IMAGINÁRIO

(08) EL HOMBRE IMAGINARIO (63)

 

El hombre imaginario
vive en una mansión imaginaria
rodeado de árboles imaginarios
a la orilla de un río imaginario

De los muros que son imaginarios
penden antiguos cuadros imaginarios
irreparables grietas imaginarias
que representan hechos imaginarios
ocurridos en mundos imaginarios
en lugares y tiempos imaginarios

Todas las tardes tardes imaginarias
sube las escaleras imaginarias
y se asoma al balcón imaginario
a mirar el paisaje imaginario
que consiste en un valle imaginario
circundado de cerros imaginarios

Sombras imaginarias
vienen por el camino imaginario
entonando canciones imaginarias
a la muerte del sol imaginario

Y en las noches de luna imaginaria
sueña con la mujer imaginaria
que le brindó su amor imaginario
vuelve a sentir ese mismo dolor
ese mismo placer imaginario
y vuelve a palpitar
el corazón del hombre imaginario


Hojas de Parra -- 1985.

 

O HOMEM IMAGINÁRIO

 

O homem imaginário

Vive em uma mansão imaginária

Rodeado de árvores imaginárias

Na margem dum rio imaginário

 

Dos muros que são imaginários

Pendem antigos quadros imaginários

Irreparáveis rachaduras imaginárias

Que representam feitos imaginários

Ocorridos em mundos imaginários

Em lugares e tempos imaginários

 

Todas as tardes tardes imaginárias

Sobem as escadas imaginárias

E se somam à varanda imaginária

A mirar a paisagem imaginária

Que consiste em um vale imaginário

Circundado por montanhas imaginárias

 

Sombras imaginárias

Vêm pelo caminho imaginário

Entoando canções imaginárias

Para a morte do sol imaginário

 

E nas noites de lua imaginária

Sonha com a mulher imaginária

Que acolhendo seu amor imaginário

Volta a sentir essa mesma dor

Esse mesmo prazer imaginário

E aí volta a palpitar

O coração do homem imaginário

 

 


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