domingo, 3 de janeiro de 2016

ALEXANDRE O'NEILL -- VELHOS 5, POETAS PORTUGUESES 2016

Aceita as suas próprias mãos
sobre os seus próprios joelhos.

Donde vieram elas atá ali?
De que fundotempo se apuraram as ossudas?

Armas -- da guerra por travar.
Instrumentos -- do trabalho saqueado.
Signos -- placidamente expostos.

As que foram blandiciosas ou rudes
repousam, caligráficas, nas dobradiças
dumas pernas tão alheias a ele, o velho,
que o velho começa e acaba nessas mãos pousadas,
dentro da visão que dele tenho
(lugar-comum a outro sobreposto,
a outro que é o velho no jardim!).

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