sábado, 2 de janeiro de 2016

José Gomes Ferreira (Fragmentos), POETAS PORTUGUESES 2016



Que voz é esta
que vem da floresta
e não do meu coração?

Pois os pássaros não cantam apenas
na minha imaginação?

Existem em cor e penas
na realidade desta canção
de mim tão alheia?

Ó pássaro autêntico,

volta a ser ideia.


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Sei lá se há estrelas!
Daqui não as vejo.
Qualquer dia hei-de ir vê-las
ao rio Tejo.

Não no céu tão longe e incerto
onde a custo as descobrimos,
mas a brilharem mais perto
nas águas de treva e limos.

Só assim desse modo
consigo entendê-las.
Caídas no lodo
é que são estrelas.

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