segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

José Augusto Seabra -- TRÍPTICO DA TRISTEZA, POETAS PORTUGUESES 2016

I

Desce a tristeza inútil
à profunda
serenidade intacta.

Desce, tristeza,
inunda
a verdade exata.

E desce, tristeza, ainda
visível
e compacta.

II

Soluço-te, tristeza,
como longa
ferida silenciada
e grave.

Irrompes-me
e sucumbes:
frialdade.

Um bafo
de alegria.

E só.

Um nada.

III

Cai-me
a tristeza aos pés.

E não me baixo.

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