SONETO DE AZUIS -- Lêdo Ivo
Horizontes,
colinas, azulverde
e mar
visto dos altos, de penedos!
Tudo
aquilo era meu, mesmo os rochedos
onde a
vaga imitava o florescer
de
primícias marinhas, e o crescer
de
ciclone em falésias de degredos.
Tudo
aquilo era meu, mesmo os segredos
do mar
não visto, mais azul que verde.
E por
ter tanto foi que me perdi,
rolando
pelo abismo sem que o ar
em mim
pregasse as asas do milagre.
E
depois disso nunca mais me vi.
Sou um
fantasma. Busco-me no mar,
trilha
à procura da água que a consagre.
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