no horizonte desenham linhas ensanguentadas;
nuvens vagam-me a alma, cansadas,
num rosto marcado por pálidas madrugadas;
a música de órgãos de barbaria, emudecida
pela moeda da loura criança entorpecida;
e o foco da luz, nos plátanos -- da luz tecida
de ruivos reflexos na folhagem apodrecida;
troncos flutuando nas lagoas crepusculares
ansiando céus claros, o azul dos mares
-- e morrendo num roxo pisado de lagares:
pura ausência de espaços e de ares.
Que noite recebe, em silêncio, a última sombra
dos subterrâneos lençóis que a mãe assombra?
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