terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Eugénio de Andrade -- Sem título, POETAS PORTUGUESES 2016

As casa entram pela água,
a porta do pátio aberta à estrela
matutina, em flor
os espinheiros,

nas janelas apenas a cintilação
juvenil do mar antigo,
esse que viu ainda as aves
do mais errante de quantos marinheiros

perderam norte e razão
a contemplar a refletida estrela
da manhã;
só na morte não somos estrangeiros.

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