domingo, 3 de janeiro de 2016

Alberto de Lacerda -- SETE POEMAS, POETAS PORTUGUESES 2016

Só ficarão talvez sete poemas
De toda esta ago nia caos e luto
(Amor eterno a que negaram fruto,
Não por estéril, mas por ínvias penas);

As alegrias grandes  e pequenas,
Não do amor somente, rosto enxuto,
Foram raras, foi alto o seu tributo;
Secou a angústia as lágrimas serenas.

Fome, fome de pão, fome de amor,
Quebrou-me o píncaro de plenitude
A que só raro ergui asas de alvor.

Versos puros em vez de juventude?
Antes a vida, a luz, o seu esplendor.
Versos? Paguei-os. Agonia e luto.

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