a habitação dos sonhos,
dormem os símbolos e a dormir deponho-os
onde as coisas da vida não perdoam.
Ainda bem que dorme tudo
o que limita o lume das areias,
como o silêncio preso nas cadeias
e o sossego das casas, ósseo e mudo.
Lá no fundo de tudo um mar parou:
e peixes como a luz ou detritos de fragas
apagam-se no fósforo das vagas
que uma respiração polar gelou.
Carnosa e nua vais surgindo, vida,
dessa água extinta, do instinto morto;
e às portas da verdade que suporto
chama a tua nudez, repercutida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário