quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Projeto Plácido e Pablo -- Revisado -- Poema: pau de sebo

10 janvier 1938 


laisse au printemps arrivant à pas de loup le soin de beurrer
L’amour qui suinte de ses yeux autour du froid glacial qui perle sur le dos du soleil tenu suspendu par ses quatre coins cloués aux gros madriers soutenant le ciel qui laisse tomber son poing sur la cassette que grillant sa lumière sur le feu doux du pan d’étoffe trempant dans l’urine des roses couvrant le mur mitoyen du parfum de leurs excréments tricote la ronce du fil à plomb de l’arc en pierre déchirant en lambeaux le corps nu de la fille étendue à sécher sous le drap mauve de son image accroché au fanion attaché au bout du mât de cocagne du mordoré de sa gorge dessinant minutieusement sur l’ombre de l’arôme de l’arbre couvert de poux déchirant son comique enveloppe de cris d’angoisse coupant la corde raide du masque en cristal de roche rongé par les piqûres des camions fixant dessus la ruche coeur calanque colline fiche mesure odeur fleuve entourant en spirale le mot dort la fleche de la lampe glissant sur le papier le traversant allègre


deixe a primavera chegar na ponta dos pés cuidado de amanteigar o amor que

pinga de seus olhos próximos ao frio glacial que orvalha sobre o dorso do sol seguro suspendido por suas quatro pontas amarradas nas grossas tábuas que sustentam o céu que pousa seus punhos sobre o cofre seca sua luz sobre a feiúra doce da fralda abafada mergulhada na urina de rosas que cobrem a meia parede do perfume de seus excrementos que avançam no espinho do fio de prumo do arco de pedra que dilacera em farrapos o corpo nu da filha secando sob o lençol malva de sua imagem pendurado no estandarte amarrado na ponta do pau de sebo vômito de sua garganta desenhando minuciosamente sombras com aroma de árvores cobertas de piolhos cobrindo-se em lacerantes gritos de angústia que cortam a corda transformam a cara num cristal de rocha que se corrói nas picadas dos alfinetes fixados debaixo da colméia coração enseada colina estaca limite odor curso de rio rodando em espiral a palavra dormindo flecha na luz bruxuleante sobre o papel atravessado e feliz

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