quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Projeto Plácido e Pablo -- Revisado -- Poema: bolso de pêlos

 19 septembre 1940 

autre matin

le ciel appuie de toute sa force la soie du drap tendu sur le cadre décharné de la fenêtre et la pâleur de ses joues gonfle la poche pleine de poils du sucre acidule du vert des roses des anémones la cloque en glissant sa panse dans la chambre déchire sa peau aux beurres de la scie des lèvres glacées du plâtre les gouttes du sang qui coule de ses plumes arrachées allument le troupeau des lampions entassés dans un coin pour cette fête
 

outra manhã


o céu apóia com toda a força a seda do lençol estendido no caixonete ressequida da janela a palidez de sua face intumesce o bolso cheio de pêlos de açúcar acidez verde das rosas anêmonas a bolha resvalando em sua pança na alcova rasgando a pele na manteiga do sorriso de lábios congelados no gesso gotas de sangue que fluem das plumas arrancadas inflamam as luminárias amontoadas num canto da festa

Nenhum comentário:

Postar um comentário