quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Projeto Plácido e Pablo -- Revisado -- Poema: mandrágora

2 juillet 1937

quel triste celui de la chaise percée de la vieille mandragore – borgne – hachée menu – cousue de fil blanc à la robe de mariée du coup d’épée donné à la flamme du bec de gaz de l’aurore boérale étendu à sécher sur la fleur évanouie de l’étoffe de soie mauve du rire jaune citron des comptes à dormir debout et des pleurs orangés piques à la machine de la nuit de guimauve.
quel coquet désir de frire l’amas de révérences aux poils de la bête en colère écoute l’oreille collée à l’arôme du thym les coups de fouets dans ses chevilles et quel triste sort mendiant éprouvé aux caresses celui de la chaise percée de mille printemps apporte les regrets du miroir de sa plaie à la chemise en toile d’araignée de la vieille mendiante inscrite sur le dos du libre arbitre mangé des vers de l’épingle qui traverse la tige de la fleur d’oranger piquée au centre du rideau qui couvre la mandragore


mandrágora

quanta tristeza naquela cadeira atravessada pela velha mandrágora – zarolha – picada miúda – coberta de feridas no vestido de noiva estocadas feitas de chamas do bico de gás aurora boreal estendida secando a flor evaporando o tecido de seda malva riso amarelo cítrico imaginando negativas em choros laranjas espremidas na máquina da noite adocicada.
quão gracioso desejo do nada rimas de respeito pelos pêlos da besta em cólera

escuto a orelha colada ao aroma do tomilho golpes de chicote nos tornozelos e quanta tristeza experimenta o mendigo carências daquela cadeira percebidas à distância primavera recebe lembranças do espelho chaga na camisa teia de aranha da velhice suplicante inscrita na lombada do livro livre arbítrio fome de versos de alfinetes que atravessam o talo da flor da laranjeira picada no centro da cortina que cobre a mandrágora

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