VIDAS
SECAS
em poesia -- Esse projeto surgiu de um sentimento percebido de que alguns
entendidos em literatura, por incrível que pareça, ainda renegam a poesia a um
segundo plano. Como se os sentimentos ali expressos diminuíssem o valor do
texto escrito. Não obstante achar que a poesia tem mais a ver com a pintura,
trabalhando conceitos imagéticos por meio das palavras, ela faz parte da
categoria literatura, uma vez que, normalmente, se utiliza dos procedimentos
gramaticais clássicos, atinentes aos demais ramos da literatura, inclusive,
pois, o romance.
Dizer que toda prosa se utiliza do cerne da
questão poética – do ritmo, seria chover no molhado, mas não posso fugir disso,
por ser a mais absoluta verdade.
Mais ou menos como o jazz que se utiliza da
alma do blues para soar com algum conteúdo além da técnica e entendimento
musical dos seus praticantes.
Então, o que pretendi fazer foi realçar a
poesia implícita no texto do mestre Graciliano Ramos. Reduzindo suas palavras
sim, mas descortinando a poesia que apimenta o texto.
Espero ter conseguido!
Marco Plácido
Secas vidas
haste
de alecrim para fazer o espeto
Baleia,
cadela caçadora, de ouvido atento
esperava
sua parte
Fabiano
contava mais de cinco estrelas
Sinha
Vitória
ouvia
seu olhar e com ele pensava:
Vai
chover!
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