O Soldado Amarelo
Fabiano
ia decifrando rastros, observando sinais
Cortava
quipás e palmatórias que interrompiam a passagem
De
repente deu de cara com o soldado amarelo, que franzino tremia
Baixou
a arma A lâmina parou de chofre junto à cabeça do intruso, bem em cima do boné
vermelho Irritou-se Por que será que aquele safado batia os dentes como um
caititu?
Meteu
o facão na bainha, podia matá-lo com as unhas
Alguns
minutos antes não pensava em nada Mas agora suava frio e tinha lembranças
insuportáveis Naquela tarde se não tivesse xingado a mãe da autoridade não
tinha dormido na cadeia nem apanhado
Ele,
Fabiano, seria tão ruim se andasse fardado?
Uma
vez de lambadeira em punho espalhara a negrada
Aí
Sinha Vitória começara a gostar dele
Não
sentira a transformação mas estava acabando Envelhecia Não estava acabado! Para
que suprimir aquele doente que bambeava?
Vendo-o
acanhado e ordeiro o soldado ganhou coragem, avançou, pisou firme e perguntou o
caminho
Fabiano
tirou o chapéu de couro Curvou-se Ensinou o caminho
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Governo é governo!, pensou
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