tradução
Versão livre dum poema de 28/10/1935 de Pablo Picasso
se eu penso numa língua e escrevo “o cão corre
atrás da lebre no bosque” e eu quero traduzir numa outra língua eu posso dizer
“a mesa no bosque branco afunda seus pés na areia e quase morre de medo de
saber-se ignorante”
Poema
original no blog PeNsAmEnToS eM mOvImEnTo
Esse poema ilustra, brincando, a
dificuldade de se “traduzir” poesia (entre aspas, porque na verdade há apenas a
crença na possibilidade). Como dito acima, se um mesmo autor pretendesse
escrever a mesma ideia em dois idiomas se utilizaria de termos, expressões e
palavras completamente diferentes para passar (ou tentar passar) aquela ideia
pretendida.
Para tentar alcançar a
ideia-núcleo dum poema, fazendo uma tradução o mais fiel possível, seria
necessário, além do conhecimento das duas línguas, um contato entre o poeta
vivo e o tradutor (impossível, na maior parte das vezes, pela diferença de
época temporal). Além dessa óbvia dificuldade, ainda haveria a diferença
lingüística e gramatical entre os idiomas. Em resumo, traduzir poesia acaba
sendo na verdade fazer poesia no idioma do tradutor (Ou, como diz Guilherme de
Almeida, no clássico Poetas de França”: não existe tradução o que existe
´re-produção, isto é , nova produção).
Então, apesar de sabedor dessas
dificuldades -- e, não obstante as dificuldades, minhas e dos idiomas, mas
munido da crença na possibilidade e de muita vontade --, por estar deveras
curioso sobre o modo de entender poesia do mestre Pablo Picasso, me atrevi a
“fazer” sua poesia.
Os poemas originais não estão
juntos das versões, porque entendi a principio que atrapalhariam a percepção imediata
dos poemas em português, mas, junto com as minhas versões, podem ser
encontrados no blog PeNsAmEnToS eM mOvImEnTo, para sugestões e aprimoramento da
“tradução”.
Muito mais do que querer fazer
uma tradução correta quis que os poemas do mestre soassem bonitos em português.
Agradeço a Angélica Plácido,
Jorge Plácido e Miriam Estrella que certamente me ajudaram a cometer menos
erros nessa empreitada, mas assumindo todos os erros, porque, acredito, futuro
acertos.
Agradecendo desde já a atenção e
as possíveis dicas, abraços Marco Plácido.
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