domingo, 1 de março de 2015

365 dias com poesia, 01 de março de 2015 -- tradução

tradução

Versão livre dum poema de 28/10/1935 de Pablo Picasso

se eu penso numa língua e escrevo “o cão corre atrás da lebre no bosque” e eu quero traduzir numa outra língua eu posso dizer “a mesa no bosque branco afunda seus pés na areia e quase morre de medo de saber-se ignorante”

Poema original no blog PeNsAmEnToS eM mOvImEnTo


Esse poema ilustra, brincando, a dificuldade de se “traduzir” poesia (entre aspas, porque na verdade há apenas a crença na possibilidade). Como dito acima, se um mesmo autor pretendesse escrever a mesma ideia em dois idiomas se utilizaria de termos, expressões e palavras completamente diferentes para passar (ou tentar passar) aquela ideia pretendida.
Para tentar alcançar a ideia-núcleo dum poema, fazendo uma tradução o mais fiel possível, seria necessário, além do conhecimento das duas línguas, um contato entre o poeta vivo e o tradutor (impossível, na maior parte das vezes, pela diferença de época temporal). Além dessa óbvia dificuldade, ainda haveria a diferença lingüística e gramatical entre os idiomas. Em resumo, traduzir poesia acaba sendo na verdade fazer poesia no idioma do tradutor (Ou, como diz Guilherme de Almeida, no clássico Poetas de França”: não existe tradução o que existe ´re-produção, isto é , nova produção).
Então, apesar de sabedor dessas dificuldades -- e, não obstante as dificuldades, minhas e dos idiomas, mas munido da crença na possibilidade e de muita vontade --, por estar deveras curioso sobre o modo de entender poesia do mestre Pablo Picasso, me atrevi a “fazer” sua poesia.
Os poemas originais não estão juntos das versões, porque entendi a principio que atrapalhariam a percepção imediata dos poemas em português, mas, junto com as minhas versões, podem ser encontrados no blog PeNsAmEnToS eM mOvImEnTo, para sugestões e aprimoramento da “tradução”.
Muito mais do que querer fazer uma tradução correta quis que os poemas do mestre soassem bonitos em português.
Agradeço a Angélica Plácido, Jorge Plácido e Miriam Estrella que certamente me ajudaram a cometer menos erros nessa empreitada, mas assumindo todos os erros, porque, acredito, futuro acertos.

Agradecendo desde já a atenção e as possíveis dicas, abraços Marco Plácido.

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