Sinha Terta
Quem
é do chão não se trepa
Nas
contas com o branco, dono de tudo, Fabiano ainda pagava o tal do juro
E
ouvia sermão: “Era bom pensar no futuro”
Nunca
ferrou um bezerro ou assinou orelha de cabrito
Estava
sempre devendo
Que
juro! O que havia era ladroeira!
O
patrão zangou
--
Isso era ignorância da mulher, patrão, ele como não sabia ler acreditava na
conta da velha!
--
Desculpa, patrão!
Recordou-se
quando o cobrador da prefeitura quis imposto de parte de um
Porco!
Descoberto
na malandragem da venda escondida
Morreu
no imposto e na multa (descobriu que era perigoso criar porcos)
Sabia,
nasceu como o pai e o avô para amansar brabo, curar feridas com rezas e
consertar cercas Como um cachorro só recebia ossos
Toda
vez que os homens sabidos lhe dirigiam palavras difíceis saía logrado!
(Mas
eram bonitas às vezes decorava algumas e empregava-as fora de propósito Se ele
soubesse falar como Sinha Terta haveria de arranjar-se
Gostava
de falar com a mulher porque falava por gestos)
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