ENOMOTO SEIFU (1732 –
1815):
Ao
romper do dia,
à
conversa com as flores,
uma
mulher só.
Paz
e silêncio ---
vinda
da chuva, a borboleta
entra
no meu quarto.
Como
um peixe no mar,
este
meu corpo está fresco
à
luz da lua.
Rumor
vindo dos rochedos ---
longe
do mundo dos homens,
cerejeiras
ao luar.
Mantém
o encanto
o
leque que as traças comeram ---
roupa
de Verão.
Dia
de mercado ---
saltam
pedras de granizo
dos
cornos da vaca.
Sacudindo
a areia,
este
lutador de sumô
perdeu
o combate.
Um
campo de trevo ---
as
rodas da carruagem
rangem
ao luar.
A
Primavera acabou ---
roupas
posta a secar
na
casa do monte.
Jazendo
feliz
sob
as flores que vão caindo,
eis
um esqueleto.
Fim
de Primavera ---
num
conjunto de artemísias
há
ossos humanos.
Uma
ave ao longe
a
voar direita às nuvens
com
seu peito branco.
As
flores da tristeza ---
vem
um polidor de espelhos
junto
à minha porta.
Bonecas
sempre iguais ---
eu
não tive outro remédio
senão
envelhecer.
Grito
de faisão ---
ressoando
na montanha,
a
voz do silêncio.
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