Aquelas
mesmas horas que tão bem moldaram
Tua
imagem sem par que a todo olhar fascina
Usarão
seu poder que tudo determina
Para
arruinar a forma bela que criaram.
Assim
o tempo arrasta incessante o verão
Em
direção do inverno, onde o destrói de vez.
A
seiva, o frio a estanca, e as folhas se vão:
A
beleza é então brancura e desnudez.
Eis
que, se do verão não tivesse ficado,
Líquido,
um prisioneiro entre muros de vidro,
Nada
de seu fulgor nos teia restado.
E
assim as flores, destiladas, vencem o olvido.
E
se, para vence-lo, abrem mão da aparência,
Vivem,
malgrado o inverno, agora como essência.
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