MITSUHASHI TAKAJO
(1899 – 1972):
Trocando
os lugares,
de
repente, céu e terra ---
doença
em Outono.
Balizeiros
em flor ---
come
dessa cor de fogo
e
morrer queimado.
Em
cima, no poste,
o
eletricista fica
mudado
em cigarra.
O
vento de Outono ---
as
barbatanas de um peixe
mais
transparentes que a água.
A
mulher de pé
sozinha,
pronta a avançar
pela
Via Láctea.
Folhas
a cair,
folhas
e folhas caindo
também
na minha cama.
Mesmo
em dia assim,
de
céu e terra parados,
as
formigas correm.
Ali
o balão
insuflado
de tristeza,
subindo
no ar.
O
tronco curvado,
depois
que a hera morreu,
inexplicavelmente.
Começo
de Inverno ---
árvores,
vivas e mortas,
já
não se distinguem.
Pelo
gelo fino
minha
sombra a deslizar
até
que mergulha.
Suas
vidas duram
só
enquanto estão a arder ---
mulher
e pimenta.
Um
cemitério ---
a
camélia quer cair
logo
que dá flor.
Onde
a tartaruga
mergulhou,
a agitação
faz
mexer a água.
Por
entre os milhares
de
insetos a zumbir,
um
deles fora de tom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário