Eu
me celebro e a mim mesmo me canto;
E
minhas pretensões serão as tuas,
Pois
cada átomo meu também te pertence.
Ando
à toa e a minha alma incito;
Abaixado
me distraio a observar um broto
da
relva estival.
Casas
e aposentos estão cheios de perfume – as prateleiras
Estão
saturadas de perfume.
Aspiro
eu mesmo a fragrância, a identifico e me deleito com isso;
A
essência me intoxicaria também, mas eu não deixo.
A
atmosfera não é um perfume – não tem sabor de essência
--
é inodora;
Será
de minha boca para sempre. Apaixonei-me por ela:
Irei
até o limite do bosque e lá ficarei nu e sem disfarce.
Estou
louco para sentir em mim o seu contato.
O
calor do meu próprio hálito;
Ecos,
sussurros, raízes de amor, filamentos de seda,
os
caprichosos ramos da videira e a videira;
minha
respiração e a minha inspiração, a batida de meu coração,
o
fluir do sangue e do ar atravessando-me os pulmões.
Farejo
o odor das folhas verdes e das folhas secas, e o cheiro da ma-
resia,
e a cor escura das rochas marinhas, e do feno no celeiro;
O
som das palavras murmuradas por minha voz, palavras
(lançadas no
redemoinho do vento;
Beijos
suaves, uns quantos abraços, um cingir de braços;
O
jogo de brilhos e sombras no arvoredo quando a brisa o balança;
O
prazer de estar só em meio à azáfama das ruas ou na imensidão
(dos campos e nas
encostas dos montes;
A
sensação de saúde, os trinados do meio-dia pleno, a canção
(de meu levantar da cama ao
encontro do sol.
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