KATSURA NOBUKO (1914)
Mulher
ao meio-dia:
aguardando
sem cansaço
um
fogo distante.
Noite
de natal ---
desde
quando, esta tristeza
por
estar casada?
São
os patos bravos ---
uma
fatia de silêncio
entre
o seu grasnar.
Vestida
à vontade,
encontro-me
com alguém
em
noite de pirilampos.
Um
ramo já seco,
sem
nada para tocar,
agarrado
ao céu.
Dois
seios entre os ombros
e
esta melancolia ---
a
chuva sem fim.
Mesmo
em voo contínuo
o
pato bravo não escapa
aos
raios do luar.
Sobre
esta balança,
meu
corpoquente do banho,
em
noite de neve.
Onde
me despi,
Para
lá da escuridão
Um
íris em flor.
Neve
na janela ---
um
corpo faz a água quente
vazar
da banheira.
Na
pele da mulher
que
ainda não concebeu,
sol
quente de Outono.
Dia
de Primavera ---
um
vento que vem do mar
sem
que o mar se veja.
Na
água parada,
imagem
clara das flores
com
a morte no pé.
Pensa
no fogo que arde
no
mais profundo da terra,
um
ano após outro.
Um
rebento de bambu
despindo
a sua bainha ---
o
vento parou.
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