sexta-feira, 1 de maio de 2015

POESIA FEMININA JAPONESA (4)

HASHIMOTO TAKAKO (1899 – 1963):

O tufão passou ---
um homem perto da morte
a dormir tranqüilo.

A mãe e o filho
à noite, jogando cartas ---
a raposa uiva.

Sozinha de todo
ao segurar os pauzinhos ---
neva sem parar.

Para a lua fria
ascende a grande fogueira,
chama sobre chama.

Cachos de glicínia ---
retém em si a chuva
até onde podem.

O mar agitado
e o carrinho de bebê,
lado a lado no Verão.

Num certo lugar
pode avançar-se no escuro ---
a pista de dança.

Brilho de relâmpago ---
com a luz vinda do norte,
olho para o norte.

O forte nevão ---
morro, sem ter descoberto
outras mãos que as do marido.

Cabelo a secar ---
nesta luz e ao mesmo sol
uma abelha morre.

Baixando a cabeça,
odor do meu próprio hálito
no campo nevado.

Uma lua
e um lago gelado
refletem-se um ao outro.

Garça baleada!
Como flores a esvoaçar
as penas caindo.

Comido o lagarto,
cuidadosamente o gato
lambe o próprio corpo.

Num dia de neve,
meu corpo no banho --- amo tudo,
da cabeça aos pés.


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