CHIYOJO (1703 – 1775):
Eis
a borboleta ---
atrás,
adiante, atrás
da
mulher no caminho.
As
campainhas despontam ---
Aquela
que acorda os outros
Já
não vê as flores.
Boas-noites
a florir,
quando
a pele duma mulher
brilha
em noite escura.
Ele
fez-me esquecer
de
pôr vermelho nos lábios ---
um
rio cristalino.
Crisântemo
branco ---
como
é estranho contemplá-lo
a
florir ao sol!
Será
que despontam
por
sonhar com a Primavera?
Flores
fora de tempo.
Tornaram-se
flores
ou
são só gotas de orvalho?
Neve
de manhã.
Chuva
em Primavera ---
todas
as coisas na terra
ficarão
mais belas.
Rosto
de criança
que
o sol não tostou ainda ---
pessegueiro
em flor.
Alga
a flutuar
levando
às costas o peso
de
uma borboleta.
Um
dente-de-leão
interrompendo
por vezes
o
sonho da borboleta.
Noite
de luar ---
lá
fora, sobre a pedra,
um
grilo que canta.
Toda
solidão
está
dentro de quem ouve ---
um
cuco a chamar.
Eis
a lua cheia ---
há
ali também uma ave
que
procura o escuro.
Truta
a descer o rio ---
a
água, dia após dia,
me
mete mais medo.
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