sexta-feira, 24 de abril de 2015

Marc Chagall, quadro: O morto. Poema de Willi Wolfradt

Um céu de Gólgota se estende por toda a extensão da Terra perpétua. O hálito da morte sopra imensamente pelo céu, estufa até se tornar uma palidez de arrepiar e se enovela em uma luminosidade amarela esparramada sobre o reino terrestre, de tal sorte que as coisas vivas emudecem perante sua força elemental. O furacão da imobilidade do cadáver deflagra o embate de cores exaustas pela vida, até serem consumidas pelo fogo dos lamentos de Laocoonte.

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