ENTRE OS COLEGIAIS D’ OS KARAMAZOV
Também te gritaram como
gritam
Àquele que apanha pedras da
rua,
e atiraram-te à cara a
magreza,
a pouca força
nalguns exercícios que os
demais superavam.
A tua inteligência
reconheceram-na os professores,
o bom caráter em tua casa.
Os da tua idade somente viam
o quanto te demoravas
a responder aos insultos com
insultos.
Não eras como os outros.
Quiseste-o
ou quiseram-no eles para ti.
Eras esse rapaz carregado de
pedras
entre os colegiais d’Os
Karamazov.
Procuraste como ele
transformar-te em algo sem vida
(um cristal, uma estrela, um
adulto longínquo),
viver noutro dia...
A luta, contudo, não estava
terminada.
Tantos anos depois porém
ainda gritas
“Faz-te pedra,
golpeias”.
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