sexta-feira, 3 de abril de 2015

Ismael González Castañer: Havana, 1961. Professor de Física e Matemática numa escola secundária, logo abandona essa profissão para se dedicar à literatura, enquanto sobrevive como vigilante noturno do Museu Quinta de los Molinos, lugar de encontro dos poetas de sua geração.

ELA DESEJOU-ME SORTE
E DISSE-ME OLHA POR TI

A minha mulher, precisa de estar junto daquele que está
            Com o dinheiro,
e eu, de morrer pela natureza das coisas.
Adeus, malandra: já te amava.
Tudo o que fiz foi caminhar
e ver os números ímpares deste lado
e os pares do outro...
e ainda penso que ninguém poderá amá-la/voltar.
Vou, irei dormir à minha janela. Saibam que, de isto,
não estou muito certo: tiveram de lhe mostrar
“Agarra-te/ ao amor ao amor esse amor”,
e a mim tiveram de dar-me a tribuna, não
“Conquista-a”.
Adeus, malta; adeus pequenas coisas
que alguém lhe montaria com as suas mãos
antes das 8ito.

Adeus, venturi – aparelho modelar.

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