Te dou minha alma desnuda
como estátua à qual nenhum manto escuda,
Desnuda como o puro impudor
De um fruto, de uma estrela, de uma flor.
De todas essas coisas que têm a infinita
Serenidade de Eva antes de ser maldita.
De todas essas coisas,
frutos, astros, rosas.
Que não sentem vergonha do sexo sem folhagem
A quem ninguém ousara fabricar roupagens.
E sem véus, como o corpo de uma deusa serena,
Que tivera uma intensa brancura de açucena,
Desnuda e toda aberta de par em par
Pela ânsia de amar.
Tradução: Thiago de Mello.
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