Inalterável, pela terra avara
do altiplano, ostenta a formosura
de seu passo indolente e sua postura,
a sóbria companheira do aimará.
Parece, quando lânguida ela para
e contempla a aridez dessa planura
que em suas grandes pupilas a amargura
da desolada terra se estancara.
Ou erguida a cerviz ao sol que desce
e de joelhos, ouvindo o miserere
pavoroso do vento pela puna,
ela espera que do altar da neve
o sacerdote imaterial eleve
o esplendor eucarístico da lua.
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