quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gregorio Reynolds, A LHAMA

Inalterável, pela terra avara
do altiplano, ostenta a formosura
de seu passo indolente e sua postura,
a sóbria companheira do aimará.
   Parece, quando lânguida ela para
   e contempla a aridez dessa planura
   que em suas grandes pupilas a amargura
   da desolada terra se estancara.
Ou erguida a cerviz ao sol que desce
e de joelhos, ouvindo o miserere
pavoroso do vento pela puna,
   ela espera que do altar da neve
   o sacerdote imaterial eleve
   o esplendor eucarístico da lua.

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