A chuva é uma coisa
que sem dúvida sucede no passado (J.L.Borges).
A chuva molha a cara das coisas
resvala pelo lombo da sombra e
e se esvanece na umidade cerrada da aurora.
A chuva abranda os perfis
Confunde os contornos abre
a entrada e cobre as saídas
Atrás há outra chuva
e depois da bruma
chove névoa.
Os sonhos se desfibram debaixo da fronte
enquanto um homem sonha
com outro
que foi
ou talvez tenha sido
ou acaso fosse
quando se desate o nó final da chuva.
Tradução: Thiago de Mello.
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