domingo, 1 de abril de 2012

Sal e Idade: SAUDADE

Sal e idade: Saudade...e quem é que não sabe disso?! Sinto falta de tudo da minha infância feliz: do arroz com alho da vò Arlete, dos banhos de banheira no apartamento da Usina, das cosquinhas de intrumentos nas costelas, da vó Arlete... Do meu irmão e da minha mãe então (ambos viraram livros, para poder lê-los como foram sem o perigo do esquecimento senil). Sentimos falta de tudo, pela consciência plena do fim e se acabará teve de ser bom o início, não é mesmo? O fim também não traçamos e ai nos vemos numa encruzilhada: o que fazer para o meio valer a pena? Corro, ando, falo, me escondo? Como não sabemos gostaríamos de ter uma opinião que nos ajudasse, mas isso é difícil numa vida corrida com competitividade...fulano comprou isso, sicrano viajou para Paris...e eu o que vou fazer? Escrever, comer, foder, vou ter futuro comprido que me permita buscar os netos na escola, andar de terno bonito? ou preciso ficar ferido de amor? Sei lá, e por não saber, o poeta senta e escreve para inventar um modo de conversar sobre como será o quando e aplacar a única certeza que trazemos como bagagem a esse mundo de deus, nosso senhor, dizem...

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