segunda-feira, 30 de abril de 2012

KAVÁFIS, poeta grego -- RARIDADE

Quase um antepassado. Curvo e extênuo,
devastado pelo tempo e excentricidades,
sôfrego em sua cadência, cruza a viela.
Tão logo se recolhe à moradia,
com o intuito de ocultar a decrepitude e a idade,
pensa no que ainda tem dele a mocidade.

Efebos recitam sua poesia.
Seus vislumbres ocupam as retinas vivazes.
A fibra de suas psiques voluptuosas,
a carne rija e bem distribuída,
comovem-se com sua experiência de beleza.


Tradução: Trajano Vieira.

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