sábado, 28 de abril de 2012

Shakespeare, soneto n. 60

Quais ondas rumo aos seixos de uma praia,
Nossos minutos correm para o fim,
Cada qual sucedendo ao que desmaia,
Lutando por chegar mais longe enfim.
O nascimento, luminosos instante,
Para a maturidade avança herói;
Eclipses frustram sua glória adiante
E o tempo que o gerou ora o destrói.
Trespassa o tempo o ardor da juventude,
Enruga a face da beleza opima;
Nutre-se do que é raro em plenitude,
Nada lhe escapa à foice que dizima.

Mas meus versos esperam no papel,
Louvando-te, vencer a mão cruel.

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