terça-feira, 21 de setembro de 2010

PÁRA-LAMA

PÁRA-LAMA

à Bukowski


todas
todas
me querem
todas
as letras
as palavras
são
mulheres
me servem
e eu servil
continuo
tratando-as como colheres
apoio para meu farnel
de palavrões azuis
sujo uma melodia de blue
estico suas vidas no papel
faço delas o azul
o azul
do Deus que trago em mim

não me engano
me fiz assim
como Bukowski
aprendi
a olhar minhas entranhas
nas esquinas
ensinei-me beijando lama...

sem sucesso
mas sigo
íntegro na necessidade ímpar
na canalhice simples de um bêbado

em goles
engoli seus segredos

Abraços, Marco.

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