domingo, 1 de fevereiro de 2015

Bertolt Brecht, poema: SUBINDO EM ÁRVORES



1

No fim da tarde, ao sair da água –
Pois devem estar nus, e a pele deve estar macia –
Subam ainda em suas grandes árvores
No vento leve. O céu deve estar pálido.
Escolham grandes árvores, das que à noite
Lentamente, negramente, embalam suas copas.
E esperem pela noite na folhagem
Com visões e morcegos em volta!

2

Às pequenas folhas duras dos arbustos
Arranharam-lhes as costas, que vocês
Dirigem com firmeza entre os galhos; assim escalam
Gemendo um pouco, mais alto na ramagem.
É tão bom balançar-se na árvore!
Devem ser para a árvore como a copa

Que há séculos, à noite, ela embala.

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