Em
meu quarto, na parede caiada
Há
uma curta vara de bambu, ligada
A
um gancho de ferro, para
Retirar
redes da água. A vara
Apareceu
numa loja de coisas velhas, “downtown”. Ganhei-a
De
meu filho no aniversário. Está gasta.
Na
água salgada a ferrugem do gancho corroeu o cordão.
Esses
indícios de uso e de trabalho
Emprestam-lhe
grande dignidade. Gosto
De
pensar que esse aparelho de pesca
Foi-me
deixado por aqueles pescadores japoneses
Que
foram banidos da Costa Oeste, confinados em campos
Como
estrangeiros suspeitos: que me chegou às mãos
Para
lembrar-me tantas
Questões
humanas não solucionadas
Não
insolúveis, porém.
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