Acabou
a peça. Cometeu-se o espetáculo. Lentamente
Esvazia-se
o teatro, um intestino relaxado. Nos camarins
Os
ágeis vendedores de mímica improvisada e retórica rançosa
Lavam
suor e maquiagem. Finalmente
Apagam-se
as luzes que puseram à vista o triste trabalho, e
Deixam
na penumbra o belo vazio do palco maltratado.
Na
platéia sem espectadores, ainda com leves aromas
Senta-se
o pobre autor de peças, e insaciado procura
Lembrar-se.
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