sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A RESPOSTA

A resposta ao post anterior talvez seja mais complicada do que pareça, e explico.

Vamos atacar os dois problemas identificados:

1 -- Os estudantes, por se verem obrigados a ler determinados livros, no geral, passam a odiá-los. Tudo piorará se o professor for, não um apaixonado por literatura, mais um recalcado com o talento alheio (não pensem que estou exagerando porque no mundo real é o que mais acontece).

2 -- Poemas românticos, existiram, existem e sempre existirão, a questão não é ser ou não romântico, é ter ou não algo a dizer, seja com ou sem romantismo.

Para endossar, muito do que acontece no mercado editorial, longe das grandes editoras, é produção de românticos, que por estarem efetivamente apaixonados por algo ou alguém, publicam o livro de poesia da sua vida. Não necessariamente com qualidade literária.

Qualidade literária é o que? Para mim, haverá qualidade quando, independente do que está escrito, exista algo dito que não esteja escrito. A potência de uma obra de arte normalmente não está no que está explícito e sim no que está subentendido.

Essa é a grande dificuldade da poesia, por exemplo, o leitor tem que querer "perder" um tempo e tem que ter um mínimo de conhecimento para descobrir se há ou não algo subentendido. Com um pouquinho de boa vontade o bicho não é tão feio quanto parece...

Um poema de qualidade deve ser sorvido como um acepipe sofisticado e único. Se o cidadão quer entender na primeira olhadela sobre o que foi escrito deve realmente ficar com os Harry Potters e Eclipses da vida, sem preconceitos, como tudo na vida é apenas uma escolha.

Acho que expliquei.

Abraços, Marco.

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