terça-feira, 1 de setembro de 2015

Graciliano Ramos, Vidas Secas. Poemas: Marco Plácido (1)

VIDAS SECAS em poesia -- Esse projeto surgiu de um sentimento percebido de que alguns entendidos em literatura, por incrível que pareça, ainda renegam a poesia a um segundo plano. Como se os sentimentos ali expressos diminuíssem o valor do texto escrito. Não obstante achar que a poesia tem mais a ver com a pintura, trabalhando conceitos imagéticos por meio das palavras, ela faz parte da categoria literatura, uma vez que, normalmente, se utiliza dos procedimentos gramaticais clássicos, atinentes aos demais ramos da literatura, inclusive, pois, o romance.
Dizer que toda prosa se utiliza do cerne da questão poética – do ritmo, seria chover no molhado, mas não posso fugir disso, por ser a mais absoluta verdade.
Mais ou menos como o jazz que se utiliza da alma do blues para soar com algum conteúdo além da técnica e entendimento musical dos seus praticantes.
Então, o que pretendi fazer foi realçar a poesia implícita no texto do mestre Graciliano Ramos. Reduzindo suas palavras sim, mas descortinando a poesia que apimenta o texto.
Espero ter conseguido!  


Marco Plácido

Secas vidas

haste de alecrim para fazer o espeto
Baleia, cadela caçadora, de ouvido atento
esperava sua parte
Fabiano contava mais de cinco estrelas
Sinha Vitória
ouvia seu olhar e com ele pensava:
Vai chover!

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