domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pascoal Soto, prefácio sobre o livro "Menino do mato" de Manoel de Barros

A "Oficina de desregular a Natureza" de Manoel de Barros continua em franca produção. Setenta e seis anos depois da publicação de seu Poemas concebidos sem pecado, eis que suas ferramentas mágicas -- 1 abridor de amanhecer, 1 prego que farfalha, 1 encolhedor de rios e 1 esticador de horizontes -- continuam a operar maravilhas. A matéria de sua poesia continua a mesma. Os tontos, os passarinhos, o arrebol, Bernardo, as pedras, os gorjeios, o rio, o ermo, o silêncio, o avô, a solidão ... -- tudo e todos estão aqui neste Menino do mato. É como se já o conhecêssemos de muito, mas que Manoel e as suas ferramentas mágicas revelassem o Menino pela primeira vez. Ele está certo quando diz: "Sempre acho que na ponta do meu lápis tem um nascimento". O Menino renasceu novamente, como sempre, como em cada um dos livros que compõem a obre deste "Fazedor de Amanhecer".

Ah, as ferramentas mágicas que resistem ao tempo...

Obrigado por nos dar de volta, Manoel de Barros.

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