domingo, 12 de junho de 2011

Um Dia (No Tempo do Vento -- 4)

Um dia, quando tiver tempo ou condição, escreverei um romance. Não um romance de capa e espada ou de amor, um romance meio como nossos tempos, sem compromisso, sem cuidado, sem carinho com pessoas ou palavras. Não capricharei de propósito, serão parágrafos misturados às dores de fato, não será escrito em outra pessoa que não a minha, romance totalmente na primeira pessoa.
Relembrarei casos e ocasiões, amigos e os safanões que a vida me deu, por ter essa louca mania de querer me comunicar. (não temo vento, momento, não temo nada para me fazer alcançar). Desconheço dificuldade, essa, talvez, minha maior ingenuidade...Característica que assusta e humilha os desconfiados de suas habilidades, alguns inclusive preferem destacar minha falta de tato, como se pudessem esconder o medo da chuva...(Impressionante o medo de saliva e idéias que temos. Todos tememos descobrirem uma das únicas verdades, desconhecemos por completo nosso jeito com os novos acontecimentos que certamente virão nos causar dor...).
Continuarei escrevendo sem me importar com a opinião dos especialistas em detonar a especialidade dos outros, sábios que, de tão treinados em escrever, não escrevem por receio de ensinar seus dotes ou truques aprendidos durante a vida (gostaria de saber que livro ensina a viver?).
Um dia, quem sabe, um dia terei condição mínima de não copiar os erros de ninguém e ao escrever conseguirei demonstrar que aprendi olhando o passado mas desejando o futuro...quem sabe descubra que o muro de ilusões e calos que construí não foi em vão e que nele conseguirei subir para avistar algo que não seja inveja, calúnia e difamação!
Um dia, quem sabe, um dia...


Niterói, em 28/05/2010.

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