quarta-feira, 22 de junho de 2011

MATISSE E PICASSO (3)

A compreensão como "resposta", o enunciado como "dirigido a um interlocutor" e a soma dos enunciados como "contexto" são as ferramentas conceituais que o sistema dialógico de Bakhtin nos fornece para desembaraçar o emaranhado complexo e mutante das relações entre Matisse e Picasso. Antes da morte de Matisse, em 1954, a replicação contínua entre os dois artistas se transformou numa troca privilegiada e tingida de nostalgia. "Precisamos conversar muito", dizia Matisse. "Quando um de nós morrer, haverá coisas que o outro nunca mais poderá dizer a ninguém." Aliás Gilot atribuí a mesma frase a Picasso, que acrescenta:"Levando tudo em consideração, só existe Matisse".

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