terça-feira, 14 de junho de 2011

A pedra

não conhecia seu rosto
em menino
os dias não eram findos a noite era um pequeno detalhe uma vez que a cabana continuava armada na sala sempre as brigas pontuavam a brincadeira da vida e quando meu irmão chorava geralmente estava de cabeça para baixo truque que eu utilizava para poder me safar de um dos dois pestinhas que me atazanavam os dias eram felizes na ingenuidade de crianças felizes seu rosto nunca fez parte de nenhuma história não existiam bruxas más só as boazinhas davam o ar da graça e tudo era quase perfeito (o quase é por minha conta de agora) mas um dia como em toda história da carocinha vi seu rosto e o desgosto me fez depois de anos escrever uma canção de amor à perda entendi sentindo e não me escondi escrevendo hoje quem escreve não é o poeta é o irmão e filho que sabe o tamanho e o peso da pedra

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