Nesse período de "torpor poético", dois anos de p... dentro, direto, escrevi, 20 originais de poesia com uns 60 poemas cada, dois romances e uma ópera (no próximo post falo disso). De vez em quando transcreverei uma ou outra parte deles aqui.
Abaixo segue uma história de um capítulo em que o herói do livro conta uma cagada homérica:
"Na família Praça algumas histórias são verdadeiros clássicos. A começar pela mania de, em toda festa, rolar papo de cagadas. Daquelas brabas, que ruborizavam, principalmente, as novas namoradas dos participantes.
E adivinhem quem era o Rei dessas histórias? Lógico que vocês sabem! Conforme já adiantei, o Miguel adorava falar dos barros que soltou na casa da primeira namorada Pris; da cagada que deu na casa do padrinho; do fax que passou indo de ônibus para São Paulo. Então vamos a elas.
A família de Pris, muito chique, iria receber uma visita vinda de Londres. A afilhada da coroa era toda resolvida, entendendo que o Brasil não tinha jeito. Dizia ela: "o que nos estragou foi nossa colonização! Degregados, putas, índios e negros, só podia acabar nisso!".
Miguel ouviu indignado. Poucas coisas o irritavam, seu temperamento era oposto ao de Frederico, calmo e calado, não gostava de confusão. Porém, quando perdia a razão, razão existia para isso! A declaração da "inglesa" o tirou sério. Como alguém que abriu mão de viver no Brasil poderia detonar o país! Será que discordar dos nossos rumos foi o que a levara daqui? Aquilo ficou por segundos na sua mente.
Na segunda respiração da visita ilustre, ele não deixou por menos e perguntou:" Quantos anos você tem?" Ela, um pouco assustada, respondeu:" Vinte e três!" E ele, de bate-pronto:" Deixa ver se eu entendi! Você em uns dez anos de vivência, da adolescência até agora, descobriu todos os males do país e inclusive descobriu os motivos, tendo escolhido morar em outro país?!
"Desculpe, continuou, mas assim fica muito fácil! Se todos fôssemos como você, realmente, não teríamos problemas no Brasil, porque país sem população não existiria! Bela posição! Qual avestruz, resolve nossos problemas, negando-os, por ausência!"
A partir daí, dava para sentir o cheiro de merda no ar. Merda metafísica, é verdade! Mas, como ninguém é de ferro, já que o clima no ar era de m... resolveu ir ao banheiro expandir seus conceitos sociológicos.".
Abraços, Marco.
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