segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Albert Ostermaier, mississípi

um poema inicia no saguão
de um hotel e termina com um
cílio sobre um para-lama ele
gira sobre um banco de bar
para baixo da pele de jacará dos
pântanos segue os afluentes
do rio copo adentro até que ele
vire sobre a borda do balcão um
joelho com gosto de gim
um poema sobe como as
bolhas de ar da boca de álguem
se afogando e se deixa
socar numa bolsa com
as nuvens que ainda estão
passando é como a paciência
da água ao anoitecer a dose
de lemon que falta um poema
inicia sob os dedos do
pianista e termina com um
mosquito

Nenhum comentário:

Postar um comentário