sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

OFICINA POÉTICA “RASCUNHOS POÉTICOS” (4)

5 -- Rapidez

Engraçado, acho muito engraçado, quando algum amigo me diz que eu escrevo rápido. Numa ou outra ocasião já tive a oportunidade de fazer um poema em segundos talvez, e ouvi que escrevia rápido...

Numa dessas vezes, depois da terceira vez, sei lá, respondi:"Como assim?! Comecei a escrever sobre os quarenta e dois em que vivi... não entendi?!".

E para mim é isso, aquele poema feito em segundos demorou quarenta e dois anos e alguns segundos para ser produzido.

6 – Poema Pequeno ou Curto

A dificuldade do texto poético é fazer algo que em poucas palavras cause impacto! Como bem disse um poeta famoso (que eu esqueci o nome), um poema grande são sucessões de pequenos poemas, ou melhor, de momentos poéticos permeados por prosa.

A grande sacada é produzir um poema pequeno (encher linguiça é mais fácil...) e que provoque grande sacudidela.

Nesse sentido, acho que o MOLE foi um dos poemas que me deram mais trabalho, pois são poucas palavras e que deveriam ter cada uma contraposta a próxima, resultando num efeito certeiro.


Acho que consegui! Ladies and gentlemen, MOLE:

Ela jazz
Eu roque
Ela faz
Eu fóssil
Ela ice
Eu choque
Ela mais
Eu mole

7 – ARTE POÉTICA

A arte poética possui várias misturas, alguns ingredientes, no entanto, lhe dão característica: o uso de rimas, de metáforas, texto curto, etc. Porém, considero seu elemento mais precioso a transposição de imagens em palavras e vice-versa. E explico: a capacidade do poeta de escrever imagens -- isso mesmo, não é descrever imagens ou paisagens, como alguns poetas se utilizam.

Descrever paisagens ou objetos também pode ser uma técnica poética, porém, acho, que o que aumenta a potência do texto poético, particularizando o poeta, é a imediata visualização pelo leitor daquilo que acabou de ser lido.

O poeta, não me perguntem como, consegue tanto falar como escrever utilizando imagens que se fixam na cabeça do leitor, proporcionando imediata identificação. Do mesmo modo, como escreve buscando imagens, o poeta se vê influenciado por elas e aí percorre o caminho inverso, meio que colocando em palavras suas sensações intuitivas sobre elas.

Perguntado, outro dia, se sou intuitivo, afirmei ser totalmente intuitivo, porque faço sem pensar, mas depois do poema pronto passo a utilizar a parte intelectiva para enquadrá-lo num futuro livro ou mesmo descartá-lo, muito tempo depois, por ter feito outro mais inteiro ou por acabar desgostando do dito-cujo.

Por exemplo, hoje já consigo identificar o processo do que ocorreu comigo. Instado por circunstâncias adversas a escrever o que sentia, escrevi. Daí fiz meus primeiros poemas e quando me dei conta tinha material para os meus três primeiros livros, tirando um ou outro poema quase todos os poemas foram colocados na ordem cronológica, ou seja, os primeiros no primeiro livro -- Dentro de Mim, os sucessivos, no Oculto e os últimos, dessa primeira leva intuitiva, ficaram no Próprio Amor.

A partir desse momento, continuei escrevendo muito mas já começava a ter uma consciência, mínima que fosse, de que alguma ordem no trabalho me ajudaria. Disso, veio uma sistematização de colocar nome nos manuscritos e o nome passou a me dar a possibilidade de separar os poemas de acordo com o conceito dos futuros livros.

Essa forma de sistematização me ajudou a fazer meus novos três livros: Declamador de Sonhos, Intensaidade e Pensamentos em Movimento, cujos conceitos são, respectivamente, poemas mais românticos, menos românticos e opinativos.

Continuando a tentar amadurecer no processo de feitura dos poemas, devo ter feito uns vinte manuscritos, até que fechei a questão com os manuscritos dos meus livros a serem lançados em 2015, quando irei fazer cinquenta anos.

Meu Vagabundo Olhar, Soul Poesia, Imaginar-te, No Tempo do Vento, E =mc2 e Pelas Janelas Amarelas já serão livros totalmente adaptados ao meu jeito de fazer poesia, que é fazer soltando os bichos sem pensar e, depois de deixá-los maturando, escolher os de melhor safra para a exposição aos leitores.

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