sábado, 20 de setembro de 2014

Sérgio Milliet sobre Bruno Giorgi

(...) A arte de Bruno Giorgi vive da mais alta moralidade de nosso tempo. Sua escultura representa uma luta incessante para gravar na matéria amorfa o ideal de uma raça de homens melhor sucedidos. É pagão no seu amor pela natureza robusta e exuberante, apolíneo pela preocupação do aqui e agora e o desprezo vago e fantasmal dos românticos e escapistas. Às vezes se entrega a um saborear despreocupado da forma por si, como em alguns dos seus corpos femininos, de um encanto tão envolvente. Mas não creio que o renoirismo escultural constitua o que de maias profundo exista em sua arte e em suas aspirações. Porque ele, além de pagão, é um artista da era post-facista. Criou grandes figuras em movimento, homens e mulheres, que marcham, calma mas decididamente. Seria falso dizer que já realizou o que deseja, nós seus contemporâneos também ainda não o conseguimos, mas sem qualquer desfalecimento nem desespero.

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